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Zona Livre Tecnológica da Marinha em Tróia promove desenvolvimento tecnológico

A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, considera que a Zona Livre Tecnológica Infante D. Henrique é uma importante contribuição das Forças Armadas e da Marinha para “promover a economia nacional, a inovação e o desenvolvimento tecnológico”.

“Acabámos de inaugurar a primeira Zona Livre Tecnológica em Portugal, aqui no Centro de Experimentação Operacional da Marinha, um lugar onde vai ser possível fazer testes, experimentar processos de inovação tecnológica, produtos e serviços, num trabalho cooperativo entre várias áreas governativas e envolvendo uma variedade de entidades que inclui universidades, as empresas e os utilizadores destas tecnologias inovadoras”, afirmou Helena Carreiras.

Numa cerimónia presidida pela ministra da Defesa Nacional e pelo secretário de Estado da Economia, a Marinha Portuguesa e a Agência Nacional de Inovação (ANI) apresentaram hoje, 19 de Julho, no Centro de Experimentação Operacional da Marinha, em Tróia, a primeira Zona Livre Tecnológica (ZLT) reconhecida pelo Governo português.

A ZLT Infante D. Henrique vai testar, em mar aberto e circunstâncias reais, sistemas de segurança e de defesa não tripulados e outras tecnologias em ambientes de subsuperfície, superfície (terrestre e molhado) e aéreo.

Área superior a mil milhas quadradas

​​​​Esta, segundo a Marinha Portuguesa, ocupará uma área superior a mil milhas quadradas, abrangerá parte dos concelhos de Sesimbra, Setúbal e Grândola e será monitorizada a partir do Centro de Experimentação Operacional da Marinha (CEOM), em Tróia. Toda a área será sensorizada, reunindo as condições ideais para, em segurança, testar e validar novas tecnologias de comunicações, sensores, inteligência artificial e materiais.

“Pelas características geofísicas do local, esta ZLT permitirá ainda acesso e o estudo do mar profundo, que será alavancado com a instalação de uma plataforma multi-propósito, vulgo ilha artificial”, realça a marinha.

“Para a ANI, o mais importante é o estímulo à inovação e a aceleração da entrada de novas tecnologias no mercado que as ZLT podem representar, bem como potenciar a atracção de talento, investimento e projectos inovadores para o país. Já existem instrumentos semelhantes noutros países, mas Portugal tem um enorme potencial, já que a medida poderá abranger todos os sectores”, refere a presidente da ANI, Joana Mendonça.

Reconhecimento da NATO

Na cerimónia, a ministra sublinhou também a importância do reconhecimento da NATO, que decidiu integrar o Centro de Experimentação Operacional da Marinha de Tróia, nos distrito de Setúbal, no projecto Diana (Defense Innovation Accelerator for the North Atlantic). “Um outro aspecto importante do contributo deste espaço de testes tem a ver com a própria capacitação das nossas Forças Armadas e a incorporação de processos de inovação tecnológicos nas várias capacidades e equipamentos”.

O projecto conta com a colaboração de várias entidades privadas e do ensino superior, existindo já uma estratégia para a produção industrial de alguns produtos desenvolvidos e testados em pareceria com Marinha Portuguesa na Zona Livre Tecnológica de Tróia.

Uma das grandes vantagens da Zona Livre Tecnológica e do Centro de Experimentação Operacional da Marinha é a facilidade de saída do Rio Sado para o mar, bem como as possibilidades que oferece para desenvolver e experimentar diversos tipos de equipamentos não tripulados.

De acordo com Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Gouveia e Melo, a saída do rio é relativamente simples e rapidamente se passa para a zona de experimentação, facto que levou a NATO a considerar a área com um elevado potencial e a designá-la como uma das áreas de inovação e de experimentação primordiais.

Gouveia e Melo referiu ainda que o objectivo futuro é transformar a base com um layout que inclua uma pista curta para testar equipamentos para a Marinha. “E, no futuro, vamos ter um navio, que também será financiado no âmbito do PRR, que vai servir como um porta-drones, um porta-aviões para drones”, acrescentou.

As ZLT são espaços (físicos e/ou virtuais) para realização de testes e experimentação em ambiente real ou quase-real, permitindo reduzir assim o tempo de chegada de novas tecnologias ao mercado. São particularmente relevantes quando factor regulatório é crítico para a entrada de uma tecnologia no mercado.​

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