AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
O governo autonómico da Cantábria vai autorizar a caça de, no máximo, 10 lobos em três áreas espanholas que sofreram 214 ataques desde Setembro de 2021 em explorações agrícolas e pecuárias. O anúncio foi feito hoje, 14 de Junho, pelo responsável pela pasta do Desenvolvimento Rural, Pecuária, Pescas, Alimentação e Ambiente, Guillermo Blanco. As resoluções serão publicadas amanhã no jornal oficial do governo.
É assim dada luz verde para que possam ser efectuados controlos de lobos, desde que as autoridades do Ambiente e Natureza verifiquem a existência de danos nas áreas autorizadas e tenham a correspondente avaliação técnica.
A caça ao lobo vai ser permitida em três áreas da Cantábria: Polaciones e Tudanca, Irmandade de Campoo de Suso, e Comunidade Ruente, Cabuérniga, Los Tojos e Campoo-Cabuérniga.
O governo autonómico da Cantábria refere em comunicado, que os controlos da população de lobos poderão ser alargados a outras áreas em que “no futuro se verifiquem circunstâncias semelhantes às que fundamentam esta decisão. Sempre após “pedido de assistência” dos próprios municípios e com o aval técnico da Subdirecção-Geral de do Ambiente Natural, na sequência de um relatório dos Agentes do Ambiente Natural que atestam ataques “frequentes e recorrentes”.
Em conferência de imprensa, Guillermo Blanco detalhou o conteúdo das resoluções depois de se reunir com o sector e informar os principais afectados. O governante compareceu acompanhado da sua equipa técnica e de todos os representantes das Organizações Profissionais Agrícolas, das três cooperativas regionais e representantes das associações de bovinos, ovinos e equinos.
Aquele responsável assegurou que estas resoluções “mais do que cumprem” os requisitos da portaria que regulamenta a Lista de Espécies Silvestres em Regime de Protecção (LESPRE) uma vez que “não comprometem o estado de conservação da espécie e permitem a sobrevivência da actividade pecuária”.
Os ataques
Explica o mesmo comunicado que, as três resoluções que serão publicadas amanhã, autorizam, em primeiro lugar, a caça de até quatro espécimes na área de Ruente, Cabuérniga e Los Tojos e na Comunidade Campoo-Cabuérniga, pertencentes aos grupos 10 (Palombera) e 13 (Ruente) do grupos familiares identificados nos relatórios anuais de acompanhamento do Plano de Manejo do Lobo na Cantábria.
Nesta área, entre Setembro de 2021, data de inclusão do lobo no LESPRE, e Abril de 2022, ocorreram 70 ataques de lobos em 46 explorações pecuárias, com 79 cabeças de gado mortas (51 equinos, 20 bovinos e 8 ovelhas) e 4 feridas (3 cavalos e 1 bovino).
Em segundo lugar, está autorizada a caça de até quatro exemplares dos grupos 11 (Brañavieja) e 12 (El Bardal), no município da Irmandade de Campoo de Suso, dois ao Norte da rodovia CA-183 e dois ao Sul daquela. estrada.
Entre Setembro de 2021 e Abril de 2022, registaram-se 102 ataques de lobos a 44 explorações pecuárias daquela região, com 108 cabeças de gado mortas (65 bovinos, 38 equinos, 4 ovinos e 1 caprino) e 1 ferido (bovino).
Finalmente, é autorizado o controle populacional de 2 exemplares pertencentes ao grupo familiar 9 (Sejos) nos municípios de Polaciones e Tudanca. Nas datas mencionadas, ocorreram 42 ataques de lobos em 18 explorações desses municípios, com 44 cabeças de gado mortas (19 bovinos, 13 ovinos e 12 equinos).
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