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Peste Suína Africana. DGAV alerta para necessidade de reforço das medidas preventivas

A situação epidemiológica da Peste Suína Africana (PSA) na Europa continua a agravar-se. Foram confirmados mais três focos em javalis no Norte da Itália e do primeiro caso de PSA numa exploração caseira de suínos na Macedónia Norte.

Por isso, a DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária alerta e solicita aos produtores, comerciantes, industriais, transportadores, caçadores, médicos veterinários e a quem lida com os efectivos de suínos e com as populações de javalis, para que sejam reforçadas uma série de medidas preventivas da doença.

Pede assim a DGAV na sua nota informativa n.º 1/2022/PSA, a correcta aplicação das medidas de biossegurança nas explorações, nos centros de agrupamento e entrepostos; a apropriada aplicação das medidas de biossegurança nos transportes, nomeadamente no respeitante à limpeza e desinfecção dos veículos que transportam os animais; e a adequada aplicação das boas práticas no acto da caça.

Por outro lado aquela Direcção aconselha a correcta aplicação das medidas de biossegurança ao viajar para fora do país para caçar e com os troféus de caça oriundos de outros países; e relembra a proibição da alimentação de suínos com lavaduras e com restos de cozinha e mesa, ou matérias que os contenham ou deles derivem.

Outras das medidas passam por não deixar restos de comida acessíveis a javalis, colocando-os sempre em caixotes de lixo protegidos dos animais selvagens e pelo adequado encaminhamento e destruição dos subprodutos animais.

E relembra: no caso de detectar um ou mais javalis mortos em espaços naturais deverá reportar a ocorrência na aplicação ANIMAS – Notificação Imediata de Mortalidade de Animais Selvagens (aqui).

Disseminação da doença

Refere ainda a nota informativa n.º 1/2022/PSA que a situação epidemiológica da Peste Suína Africana na Europa, continua a agravar-se devido à disseminação da doença a novas áreas livres, com elevado número de focos em suínos domésticos e em javalis.

Só em 2021 foram notificados na UE, 12.076 focos em javalis e 1.826 em suínos domésticos. Até 10 de Janeiro 2022, foram reportados 319 focos em javalis e 13 explorações de suínos.

Os dados mais relevantes são os seguintes:

• As autoridades veterinárias da Itália notificaram a 6 de Janeiro, um foco de PSA num javali encontrado morto em Ovada, na província de Alexandria no norte de Itália, seguindo-se de outras duas notificações na mesma zona.

• A 10 de Janeiro as autoridades veterinárias da Macedónia do Norte, notificaram pela primeira vez um foco de PSA em suínos domésticos.

• Na Alemanha, Polónia, Eslováquia, Bulgária, Roménia, Estónia, Letónia a situação epidemiológica da PSA em javalis e nos suínos domésticos continua a agravar-se. Na Hungria e Lituânia apenas foram reportados focos em javalis.

• Na Europa e fora da UE a PSA continua presente nos seguintes países: Federação Russa, Moldávia, República da Sérvia e na Ucrânia;

• Na Ásia a PSA já atinge 14 países e continua a disseminar-se pela República Popular da China, Mongólia, Hong Kong, Vietname, Camboja, Coreia do Norte, Laos, Myanmar, Filipinas, Coreia do Sul, Timor-Leste, Indonésia, India, Butão e Malásia;

• Na Oceânia continuam a ser reportados focos de PSA em suínos domésticos na Papua-Nova Guiné;

• Na América a PSA foi introduzida, passados 40 anos, na República Dominicana e posteriormente no Haiti.

Peste Suína Africana

Explica a DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária que a peste suína africana é uma doença viral que afecta os suínos domésticos e javalis de qualquer idade. Tem um elevado impacto social, económico e ambiental, devido à elevada mortalidade dos suídeos e aos bloqueios no comércio.

O vírus da PSA não representa qualquer perigo para a saúde humana. Também não existe vacina nem tratamento para esta doença. O último foco de Peste Suína Africana em Portugal foi registado a 15 de Novembro de 1999.

A PSA é provocada por um vírus da família Asfarviridae do género Asfivirus, muito resistente no meio ambiente, na matéria orgânica e em baixas temperaturas.

Sobrevivência do vírus da PSA:

  • Carne e produtos cárneos
  • Carne e vísceras – 105 dias
  • Carne salgada – 182 dias
  • Carne/pele/gordura seca – 300 dias
  • Carne congelada – 1000 dias
  • Sangue – 15 semanas à temperatura ambiente, meses a 4º C e anos quando congelado
  • Cadáveres de suídeos como o javali: O vírus da PSA é resistente à putrefacção e autólise pelo sobrevive por muito tempo nos cadáveres de javalis dependendo da temperatura ambiente. Quanto mais baixa a temperatura maior a sua sobrevivência. O vírus pode sobreviver na medula óssea durante meses
  • Urina – 15 dias a 4º C e 3 dias a 21ºC
  • Fezes – 8 dias a 4º C e 5 dias a 21ºC
  • Solo – Foi detectado material genético do vírus no solo após a remoção de cadáveres infectados com o vírus
  • Insectos hematófagos e carraças: Em condições experimentais ficou provado cientificamente que a mosca do estábulo “ Stomoxys calcitrans” pode transmitir o vírus da PSA. As carraças do género “O Ornithodoros” podem albergar o vírus infectante durante anos.

Saiba mais sobre a Peste Suína Africana no site da DGAV, aqui.

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