As margens do Rio Cávado, em Montalegre, receberam hoje, 20 de Abril, cerca de 400 trutas fário infectadas com o denominado mexilhão-de-rio. Um bivalve que se alimenta purificando a água.
“Trata-se do regresso deste mexilhão (Margaritifera margaritifera), essencial para filtrar/purificar a água, conferindo à mesma um nível de oxigenação superior”, explica a Câmara Municipal de Montalegre.
Um repovoamento feito nas duas zonas de protecção da Zona de Pesca Lúdica (ZPL) do Rio Cávado, cuja gestão pertence à autarquia de Montalegre.
Esta operação – acompanhada de perto pelo presidente do município, Orlando Alves – esteve enquadrada no projecto Poseur “Conservação e Gestão orientadas para o Mexilhão-do-Rio (Margaritifera margaritifera)”.
Mexilhão-de-rio
O mexilhão de rio (Margaritifera margaritífera) (Linnaeus, 1758), tem origem na Europa. A maioria dos espécimes tem dimensões entre os 6,5 e os 7 cm mas podem variar desde os 2,2 cm até aos 11,6 cm. Poderão chegar aos 200 anos mas, normalmente, não ultrapassam os 80 a 100 anos. Na Península Ibérica não existem registos de espécimes com mais de 60 anos, explica a página de Internet do Boticas Parque.
Como qualquer bivalve de água doce, alimenta-se filtrando a água, sendo a sua dieta composta por detritos e plâncton.
O seu ciclo de vida é complementado com uma fase parasitária com a fauna piscícola, nomeadamente, os salmonídeos de que é exemplo a truta. As larvas (gloquídeos) fixam-se nas brânquias das trutas onde se mantém por um período máximo de 10 semanas, dependendo da temperatura da água, sofrendo metamorfoses durante esse mesmo tempo.
Assim, a parte parasitária do ciclo de vida da Margaritifera margaritífera, para além de ser uma fase de desenvolvimento larvar, é também uma oportunidade de disseminação da espécie devido às constantes deslocações do hospedeiro (truta). No entanto, muitos peixes hospedeiros tornam-se resistentes ao parasita.
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Agricultura e Mar Actual