O grupo operacional dedicado ao estudo das pragas e doenças em pinheiro manso, reuniu hoje, 14 de Outubro, em sessão online mais de 180 participantes para conhecer o impacto destes agentes e das alterações climáticas na produção de pinha.
O Grupo Operacional + Pinhão, estuda desde 2018 as pragas e doenças mais relevantes em termos da perda de produtividade do pinhal manso, espécie que representa mais de 193.000 ha da floresta portuguesa e cuja valorização assenta na produção de pinhão mediterrâneo através de sistemas agro-florestais.
Investigadores, produtores e técnicos florestais
Numa plateia virtual constituída por investigadores, produtores e técnicos florestais, as conclusões são “bastante motivadoras” para este sector que tem visto aumentar o investimento em novas áreas na última década, apesar dos “possíveis constrangimentos da introdução de pragas e das alterações climáticas”, refere um comunicado da UNAC – União da Floresta Mediterrânica.
As pragas
“A principal praga exótica e ameaçadora do mercado nos últimos anos, o sugador das pinhas, tem visto os seus níveis populacionais decrescerem e os estudos incidem agora nos meios de monitorização e mitigação da sua presença. Das pragas clássicas das pinhas de pinheiro manso, a lagarta da pinha poderá muito brevemente ter uma forma de monitorização e controlo das populações através de armadilhas específicas para captura destes insectos, diminuindo o dano que provocam e a perda de pinhão. Também o gorgulho da pinha tem tido uma redução em termos de presença, sem que se conheça ainda as razões que estão associadas a esta evolução benéfica para a produção”, realça o mesmo comunicado.
Com tendência menos favorável, mas também com menor impacto em termos da pinha, tem-se verificado um aumento em número e diversidade dos fungos com efeitos nefastos no crescimento do pinheiro manso e consequentemente na sua produtividade. “Muitos destes fungos foram ainda recentemente identificados em Portugal, pelo que serão necessários mais anos de estudo para aprofundar o conhecimento sobre os mesmos e a pesquisa de meios de mitigação”, realça a UNAC.
E, não esquecendo que as alterações climáticas são determinantes em termos da presença e evolução das principais pragas e doenças, estas têm também um efeito no desenvolvimento do pinheiro manso, nomeadamente na sua floração e frutificação.
O aumento do número de dias com temperaturas muito elevadas pode ser determinante na mortalidade das pinhas que crescem no pinheiro ao longo de três anos até ao momento da colheita e a irregularidade sazonal da precipitação poderá ter consequências não só em termos da abundância e sobrevivência das flores e dos frutos, mas também em termos da sua dimensão para colheita.
A sessão foi registada online encontrando-se disponível para divulgação aqui.
Agricultura e Mar Actual