Artigo de opinião de Rosa Moreira, Eng.ª Agrónoma, promotora do site A Cientista Agrícola
Os biopesticidas são um tipo de pesticidas orgânicos que contém fórmulas cujos ingredientes activos se baseiam em fungos e bactérias. A sua aplicação apresenta a vantagem de ter um risco reduzido para o meio ambiente tornando-o mais sustentável.
Os biopesticidas caracterizam-se por serem benéficos pois estão associados a estes uma série de vantagens como por exemplo o facto de não possuírem classificação toxicológica além de que têm um impacto muito pouco significativo sobre organismos benéficos. Por essa razão não deixam resíduos perigosos nas culturas onde são aplicados nem causam resistência nas populações de insectos e outras pragas. Para quem pretende produzir em modo de Gestão Integrada de Pragas e Agricultura Biológica, os biopesticidas são amplamente indicados.
Os biopesticidas como uma alternativa viável aos pesticidas químicos
Os biopesticidas surgiram como uma alternativa viável aos pesticidas químicos,que podem ter repercussões extremamente nefastas para o ambiente, nomeadamente devido à contaminação dos lençóis freáticos e solo podendo afectar a saúde pública.
Três principais grupos de biopesticidas
- biopesticidas microbianos;
- proteínas incorporadas nas plantas(PIPs);
- controlo biológico.
Actualmente o mercado dos biopesticidas é dominado pelos biopesticidas microbianos, e mais particularmente pelas subespécies da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt).
Fonte da imagem: AMTec Bio-agrícola
1. A utilização do Bacillus thuringiensis como biopesticida microbiano
Actualmente centenas de espécies de fungos e dezenas de espécies de bactérias que são produzidas e vendidas em todo o mundo como biopesticidas, auxiliando na protecção de culturas contra diferentes tipos de pragas de insectos. Os mais amplamente utilizados são as subespécies da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), que têm despertado um grande interesse face ao grave problema de poluição ambiental que tem sido verificado em todo o mundo. No mercado de biopesticidas actual, existem mais de 40 produtos baseados na Bt disponíveis globalmente para o controlo de larvas, besouros e mosquitos, que no seu conjunto perfazem cerca de 1% da totalidade de todos os insecticidas vendidos.
2. As proteínas incorporadas nas plantas
A área da biologia molecular e da biotecnologia tem sofrido um revolução desde os princípios da década de 80 o que levou à promoção de um proliferação do desenvolvimento de métodos de combate biológico, tornando os biopesticidas competitivos num mercado dominado pelos pesticidas químicos.
O combate biológico através das Proteínas Incorporadas nas Plantas baseia-se na técnica de DNA recombinante que consiste na introdução de material genético nas plantas proveniente de um organismo com as características desejadas. Dessa maneira, a própria planta passa a produzir o seu biopesticida devido à transcrição e posterior tradução do gene introduzido, conferindo-lhe novas características que são desde cedo desejadas. Verifica-se que esta forma de biopesticidas tem vindo a ser amplamente desenvolvida e testada sendo observados resultados bastante satisfatórios nas culturas da batata, tomate, tabaco e algodão.
3. Controlo biológico
O controlo biológico pode ser definido pela acção dos inimigos naturais das diferentes pestes. Pode ser dividido em 2 grupos principais:
- controlo biológico natural ;
- controlo biológico aplicado;
O controlo biológico natural ocorre quando as espécies nativas combatem e reduzem o número de indivíduos da espécie indesejada, reduzindo a população da praga. O controlo biológico aplicado envolve a intervenção humana para eliminar a praga.
A principal via de controlo biológico é a sua forma aplicada que consiste no uso de feromonas no combate dos indivíduos indesejáveis.Através da utilização de feromonas sexuais das espécies indesejadas em armadilhas, permite atrair organismos – alvo sendo por isso fundamentais para controlar a população de indivíduos da peste.
Não perca a segunda parte do artigo brevemente!
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