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Coronavírus. Saiba tudo sobre o vírus que vem da China

2019-nCoV é o nome dado a um novo coronavírus que causa doença respiratória potencialmente grave, como a pneumonia. Este vírus foi identificado pela primeira vez em humanos na cidade chinesa de Wuhan, província de Hubei, tendo sido confirmados casos em outros países.

Ao todo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), há 30.827 casos confirmados de coronavírus em todo o mundo, a grande maioria na China, onde já morreram 630 pessoas, de acordo com o último balanço.

A OMS declarou, a 30 de Janeiro, uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, que pressupõe a adopção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

Os animais são responsáveis pela infecção do novo coronavírus de 2019? Existem precauções a tomar com animais vivos ou produtos animais?

Foi neste âmbito que a DGAV — Direcção Geral de Alimentação e Veterinária elaborou um documento de Perguntas Frequentes que o agriculturaemar.com aqui transcreve.

FAQs – Coronavírus  (2019-nCoV)

1- Os animais são os responsáveis pela infecção do novo coronavírus de 2019?

Os dados da sequenciação genética revelam que o 2019-nCoV (novo coronavírus) é aparentado com outros CoV encontrados em circulação em populações de morcegos da espécie Rhinolophus sp.(morcego-ferradura). Existe uma suspeita que o 2019-nCoV possa ter uma origem animal, mas não é ainda conhecida a correlação epidemiológica com os animais.

Embora exista suspeita de que o contágio humano inicial com o 2019-nCoV possa ter vindo de uma fonte animal, a via predominante de transmissão subsequente é de humano para humano (intra-específica).

As investigações científicas em desenvolvimento são importantes para identificar a fonte animal (incluindo espécies) e caracterizar o papel potencial de algum eventual reservatório animal deste vírus.

2- Existem precauções a tomar com animais vivos ou produtos animais?

De acordo com as directrizes da OMS, sempre que se viaje para países em que a doença já foi detectada e, visitados estabelecimentos comerciais de animais vivos ou de produtos de origem animal ou zonas limícolas, devem adoptar-se medidas de higiene geral, incluindo lavagem regular das mãos com sabão e água potável após tocar nos animais ou nos produtos de origem animal, evitando tocar nos olhos, nariz ou boca com as mãos e evitar o contacto com animais doentes ou produtos animais estragados.

Qualquer contacto com animais existentes no mercado (por exemplo, gatos e cães vadios, roedores, pássaros, morcegos) deve ser estritamente evitado bem como, evitar o contacto com resíduos ou fluidos de animais potencialmente contaminados no solo ou nas estruturas de lojas e instalações de mercado.

A OMS emitiu recomendações gerais para impedir a propagação do vírus, que incluem lavagem regular das mãos, cobertura de boca e nariz ao tossir e espirrar, e cozinhar completamente carne e ovos.

Deve evitar-se contacto próximo com qualquer pessoa que apresente sintomas de doenças respiratórias, como tosse e espirros. Carne crua, leite ou órgãos de animais devem ser manuseados com cuidado, para evitar a contaminação cruzada com alimentos não confeccionados, conforme as regras de boas práticas de higiene alimentar.

As recomendações da OMS poderão ser consultadas aqui.

O que está a fazer a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)?

A OIE está em contacto com a sua Representação Regional na Ásia e no Pacífico, o Delegado da OIE para a China e o Serviço Nacional de Veterinária, o Grupo de Trabalho sobre Vida Selvagem da OIE, bem como a FAO e a OMS, para reunir e compartilhar as informações mais recentes. A OIE está em contacto estreito com a sua rede de especialistas envolvidos nas investigações em curso sobre a fonte da doença.

3- Quais são as responsabilidades da Autoridade Veterinária Nacional nesta situação?

A detecção do 2019-nCoV em animais atende aos critérios de notificação internacional (OIE) através do WAHIS, de acordo com o Código de Saúde dos Animais Terrestres da OIE como uma doença emergente.

Portanto, qualquer detecção de 2019-nCoV num animal (incluindo informações sobre as espécies, testes de diagnóstico e informações epidemiológicas relevantes) é reportada à OIE.

A Autoridade Veterinária Nacional (DGAV) mantém-se alerta, actualizando a informação disponível mais recente e em estreita ligação com as autoridades de saúde pública nacionais e os responsáveis pela fauna silvestre, para garantir mensagens de comunicação e gestão de riscos coerentes e apropriadas.

As autoridades aduaneiras e sanitárias Chineses auto-embargaram a exportação de animais exóticos e silvestres a partir da China; ou seja, actualmente não estão a ser expedidos da China: aves ou peixes ornamentais, pombos, répteis ou outros animais exóticos (aranhas, escorpiões) e isco para pesca.

A gestão eficaz dos riscos de biossegurança e a cooperação com as autoridades de controlo veterinário irão ser reforçadas nas fronteiras.

Em Portugal, o risco de entrada do vírus estará sobretudo associado à circulação de pessoas, nomeadamente às entradas de viajantes provenientes da China e outros países onde a doença já foi identificada. No entanto, terão de ser acauteladas as entradas de animais vivos, bens e/ou produtos (géneros alimentícios e alimentação animal) provenientes desses países.

Os postos de inspecção fronteiriça (PIF) portugueses recepcionam frequentemente navios com contentores provenientes da China e países vizinhos. A duração das viagens, o conteúdo dos contentores e as condições dos navios poderão ser propícios ao transporte de murídeos.

Como medidas preventivas recomenda-se que os funcionários dos PIF usem equipamento de protecção individual, constituído por calçado e vestuário de uso exclusivo no local de trabalho. Deverá ser obrigatório o uso de máscara protectora e luvas.

Nos cais de desembarque destes PIF aconselha-se a implementação de um plano de controlo de pragas eficaz e adaptado aos locais de maior propensão de passagem de murídeos.

SNS 24

Pode também consultar a informação disponibilizada pelo Ministério da Saúde, aqui.

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