O 10.º Colóquio Nacional do Milho reúne, a 19 de Fevereiro, no Convento São Francisco, em Coimbra, agricultores, cientistas e responsáveis políticos num debate sobre o papel da agricultura nos grandes desafios da actualidade: coesão do território, neutralidade carbónica e mega-tendências agroalimentares.
A escolha de Coimbra para a realização da 10.ª edição do Colóquio Nacional do Milho justifica-se pela importância sócio-económica da cultura do milho no Vale do Mondego, onde a produção deste cereal se tem mantido muito estável ao longo dos últimos anos.
Por outro lado, “a opção por Coimbra é uma justa homenagem à tenacidade e resiliência dos agricultores da região Centro, especialmente afectada pelos incêndios de 2017, pela tempestade Leslie em 2018, e, mais recentemente, pelas cheias que causaram avultados prejuízos no Vale do Mondego, trazendo à evidência a necessidade e urgência de mais investimento na modernização das infra-estruturas hidroagrícolas da região”, afirma Jorge Neves, presidente da Anpromis — Associação dos Produtores de Milho e Sorgo de Portugal, entidade que organiza o Colóquio.
O apoio da Câmara Municipal de Coimbra e o seu empenho em receber o Colóquio na cidade demonstra bem a relevância desta iniciativa para a região.
Programa diversificado
O programa do Colóquio é diversificado, abordando temas mais técnicos da produção de milho, como a importância do solo na sustentabilidade da cultura ou o papel das Superfícies de Interesse Ecológico no controlo de pragas agrícolas, e outros temas mais políticos, como a importância da agricultura no desenvolvimento e na coesão do território; as mega-tendências no sector agroalimentar: visão global e possível resposta política do ponto de vista da UE e o Roteiro para a Neutralidade Carbónica: condicionante ou oportunidade para a agricultura portuguesa?
Visitas técnicas
No dia de 20 de Fevereiro o programa é dedicado a visitas técnicas a entidades muito relevantes da região: o Biocant Park, em Cantanhede, primeiro centro empresarial de Biotecnologia em Portugal, e a duas agroindústrias – a fábrica da SIA – Sociedade Industrial de Aperitivos, em Tentúgal, um dos principais transformadores de batata em Portugal, e a fábrica de produção de tissue da The Navigator Company, em Cacia, um dos maiores operadores mundiais da indústria de papel. Recorde-se que o amido de milho é uma das matérias-primas usadas no fabrico do papel.
Sendo também um dos objectivos da Anpromis inovar na forma de comunicar e de fazer chegar aos seus associados a informação que julga mais relevante, “não podemos deixar de realçar o recentemente criado grupo de WhatsApp, constituído neste momento por cerca de 300 parceiros, que se quer uma plataforma dinâmica e interactiva, contribuindo para o intercâmbio de conhecimento entre os produtores nacionais.
Pode fazer a inscrição no Colóquio aqui.
Anpromis
A Anpromis – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo é um centro de apoio e informação aos Produtores e suas Organizações, participando, propondo, discutindo e debatendo todas as questões que afectam a produção de milho e sorgo, em Portugal.
O milho é a cultura arvense com a maior expressão em Portugal, ocupando uma área que ronda os 130 mil hectares, com uma produção média anual estimada nas 830 mil toneladas de milho para grão, o que permite que Portugal tenha uma capacidade de auto-aprovisionamento neste cereal de cerca de 35%.
Agricultura e Mar Actual