As dragagens no Rio Sado começaram quinta-feira, 12 de Dezembro, e vão continuar 24 sobre 24 horas. As areias estão numa primeira fase a ser colocadas junto ao terminal “Roll on-Roll off” da Autoeuropa, no cais do Porto de Setúbal, informa fonte institucional daquela infra-estrutura portuária.
A decisão de arranque das dragagens seguiu-se à recepção da sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada que indeferiu o pedido de decretamento provisório das medidas cautelares requeridas, determinando o levantamento da medida cautelar oficiosamente decretada.
Providências cautelares
As dragagens de aprofundamento dos canais de navegação do Rio Sado deveriam ter arrancado na quarta-feira, 11 de Dezembro, mas foram suspensas. No mesmo dia em que se soube que Supremo Tribunal Administrativo decidiu a favor das obras, chumbando a providência cautelar intentada pelo Clube da Arrábida, o Tribunal Fiscal de Almada aceitou uma providência cautelar interposta esta semana pela associação SOS Sado.
A presidente da APSS, Lídia Sequeira, ao anunciar o arranque da obra, voltou a justificar o Projecto de Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal com a necessidade de modernizar o porto.
Por outro lado, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, afirmou também que “o facto de o Porto de Setúbal precisar de dragagens para funcionar não quer dizer que isso ponha em causa os valores ambientais”.
Contestação
No entanto, as dragagens no Sado estão a ser fortemente contestadas por associações cívicas e de defesa do ambiente, que consideram a retirada de 3,5 milhões de metros cúbicos de areia um atentado ambiental ao frágil ecossistema do rio.
“A APSS tem mantido um relacionamento estreito e cordial com as principais associações de pescadores de Setúbal, sendo que os locais de depósito dos dragados são, naturalmente, os constantes na Declaração de Impacte Ambiental”, garante a administração do Porto de Setúbal.
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