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Apormor repudia cortes nos apoios às Medidas Agro-Ambientais e escreve à ministra

A Apormor — Associação de Produtores de Bovinos, Ovinos e Caprinos da Região de Montemor-o-Novo, associando-se à “indignação geral” motivada pelo comunicado do dia 9 de Dezembro da ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, onde é deixado à escolha dos agricultores a decisão de optarem por uma única medida Agro-Ambiental na candidatura do Pedido Único de 2020, manifesta “o seu mais veemente repúdio por tal anúncio”.

Em comunicado, aqueles produtores pecuários consideram que esta decisão “rompe com os compromissos assumidos no actual Quadro Comunitário de Apoio (QCA), que deveriam continuar até à definição do próximo QCA, e é uma opção puramente economicista e até incongruente com o programa do Governo, que se compromete em ‘promover uma agricultura resiliente’ e a ‘adoptar medidas de gestão e conservação do solo, a apostar em pastagens permanentes semeadas e melhoradas’, a apoiar e dinamizar a silvopastorícia extensiva”.

Cortes

No entanto, diz o mesmo comunicado da Apormor, vem agora “dar um passo atrás, cortando precisamente nos apoios de Medidas Agro-Ambientais que promovem estas boas práticas agrícolas”.

Os agricultores “não têm culpa que, por responsabilidade exclusiva dos decisores políticos, as negociações da nova Política Agrícola Comum estejam paradas. Ninguém consegue planear o futuro enquanto não forem definidas as novas linhas de orientação sobre as componentes ambiental e produtiva”, queixam-se aqueles produtores.

Para a direcção da Apormor, a manter-se “esta (des) orientação, ficam o Governo e a ministra da Agricultura responsáveis pela inviabilidade económica e financeira de inúmeras explorações agrícolas e pelo agravamento do despovoamento do mundo rural”.

Carta à ministra

A Apormor vai enviar uma carta à ministra da Agricultura expondo esta preocupação e associar-se-á a todos os movimentos nacionais ou europeus que assumam a defesa da importância económica e ambiental do Mundo Rural e de todos os que nele vivem e trabalham. “Esperamos que o Governo reconheça o erro desta decisão e que o corrija a tempo, em nome da sustentabilidade da agricultura e do território rural”, salienta o mesmo comunicado.

A Associação de Produtores de Bovinos, Ovinos e Caprinos da Região de Montemor-o-Novo, fundada em 11 de Julho de 1990, conta com cerca de 200 associados, que detêm perto de 60.000 hectares de área de pastoreio. Representa os interesses colectivos dos produtores de pecuária extensiva, actua na preservação do ecossistema agro-silvo-pastoril do montado e promove os valores do mundo rural.

É uma importante entidade dinamizadora da economia do concelho de Montemor-o-Novo. Promove nas suas instalações, no Parque de Exposições, o único Leilão de Ovinos/Caprinos realizado em Portugal (na 3ª quinta-feira de cada mês) e um Leilão de Bovinos (semanal, realizado à terça-feira), onde são transaccionados por ano cerca 25.000 bovinos e 18.500 ovinos/caprinos.

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