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I-danha Food Lab. Nuno Russo: Tecnologia deve fazer a diferença na projecção da agricultura biológica

O secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Nuno Russo, esteve hoje, 9 de Novembro, presente na 4.ª edição do i-danha Food Lab, em Monsanto, no concelho de Idanha-a-Nova. No discurso de encerramento do Dia da Conferência, o secretário de Estado salientou que “a sustentabilidade é, hoje, algo imperativo, num contexto marcado pelos efeitos inegáveis das alterações climáticas e pela necessidade de adaptação”.

No que se refere ao sector agrícola, o membro do Governo afirmou que “as nossas zonas rurais têm capacidade para acolher projectos que honrem essa missão. Projectos que empregam pessoas, atraem mais empreendedorismo, contribuindo para promover o desenvolvimento e a coesão territorial, contrariando o despovoamento e trazendo rejuvenescimento”.

Aliança entre a agricultura e a tecnologia

Uma das prioridades passa então pelo reforço da aliança entre a agricultura e a tecnologia e, consequentemente, por garantir uma gestão mais sustentável dos recursos disponíveis, bem como uma melhor resposta às necessidades dos consumidores à procura de uma alimentação mais saudável.

Neste contexto, o secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Regional, não poderia deixar de fazer referência à agricultura biológica, uma vez que a região de Idanha-a-Nova é considerada Bio-região, a primeira de Portugal (existem quatro no total: Idanha-a-Nova, São Pedro do Sul, Alto Tâmega e Margem Esquerda do Guadiana).

Agricultura biológica

“Trata-se, indiscutivelmente, de um veículo de procura da sustentabilidade, recorrendo à biodiversidade funcional, às variedades regionais, à protecção de conservação e aos outros serviços dos ecossistemas, contribuindo, por exemplo, para que o País vá reduzindo progressivamente o uso de fertilizantes químicos, substituindo pelo uso de fertilizantes orgânicos”, sustentou Nuno Russo no seu discurso.

Adiantou ainda que há outro aspecto relevante que passa pela “a procura crescente deste tipo de produtos, nomeadamente por mercados internacionais. Um factor que pode ajudar a ancorar outros negócios como, por exemplo, a gastronomia e o turismo em espaço rural, contribuindo para o crescimento económico nacional”.

Afirmação da pequena agricultura

Neste contexto, Nuno Russo apelou ao uso da tecnologia para fazer a diferença: “A tecnologia pode fazer a diferença na projecção da agricultura biológica, da agricultura tradicional e também na afirmação da pequena agricultura, sendo crucial a promoção da conectividade, em espaços de baixa densidade populacional e relacional, e criando condições para a inclusão social. A agricultura de precisão, ou agricultura inteligente, é um dos rostos dessa aliança entre agricultura e tecnologia e já é praticada em solo nacional, trazendo ganhos de natureza ambiental, económica e social”.

Uma aposta que considera também fundamental para atrair os mais jovens e os mais empreendedores, bem como para dar resposta aos desafios demográficos e no combate às desigualdades.

Desenvolvimento rural

Pretende-se, assim, trazer “mais fôlego ao desenvolvimento rural e continuar a projectar um país que, com as mãos na terra, quer seguir em frente, além-fronteiras. Um País que, também na agricultura, quer construir uma ponte entre a proximidade de sempre e a existência multi-plataforma capaz de contrariar distâncias”, avançou o secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

“É também de salientar a aposta que queremos fazer na bio-economia circular, reduzindo os desperdícios da produção agrícola e das agro-indústrias, criando novas oportunidades de negócio, reduzindo a acumulação de resíduos e respondendo ao desafio imposto pelas alterações climáticas”, arrematou Nuno Russo, não deixando de referir que este “é o caminho para uma agricultura mais sustentável, mais inovadora e mais competitiva. Uma agricultura que quer ser parte da solução e da resposta aos desafios estabelecidos por este XXII Governo e para estes quatro anos”.

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