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Vinhos e azeites portugueses escapam às novas taxas aduaneiras dos EUA

Os Estados Unidos vão impor taxas alfandegárias, de 10% e 25% (na agricultura), sobre vários produtos da União Europeia, a partir de 18 de Outubro. A medida já tem a decisão favorável da Organização Mundial de Comércio (OMC). Os vinhos e azeites portugueses salvaram-se às novas taxas. Os lacticínios são os mais afectados.

Segundo a lista divulgada pelo Gabinete de Comércio Internacional dos EUA (aqui) as novas taxas vão recair sobre queijos, carne de porco, derivados de leite como iogurtes e manteigas, frutas como cereja, limões e pêssegos e diferentes tipos de moluscos oriundos de Portugal vão ser sujeitos a uma taxa adicional de 25% quando importados pelos EUA.

Relembre-se, no início de Abril, a lista inicial incluía a possibilidade de taxar também o vinho português. Uma decisão que afecta o agronegócio nacional. E tudo por causa de ajudas públicas da União Europeia à Airbus.

UE calcula impacto

A Comissão Europeia já está a calcular o impacto destas tarifas adicionais. Na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, o porta-voz para a área do comércio, Daniel Rosário, informou que “a Comissão está, neste momento, a analisar esta lista para calcular o impacto em vários sectores”.

Na área das frutas, Portugal pertence ao grupo de países que verá vários produtos com taxas aumentadas em 25%, como citrinos (laranjas, limões, tangerinas, clementinas, frescas ou desidratadas), cerejas (secas), pêras (secas ou desidratadas).

A OMC autorizou os Estados Unidos a aplicar tarifas adicionais de 7,5 mil milhões de dólares (quase sete mil milhões de euros) a produtos europeus, em retaliação pelas ajudas da UE à fabricante francesa de aeronaves, a Airbus.

As penalizações recaem principalmente sobre a França, Alemanha, Espanha e Reino Unido.

Espanha

Em Espanha, o director-geral da Federação Espanhola do Vinho, José Luís Benítez, lamentou que “novamente, o vinho espanhol está sujeito a uma retaliação num conflito comercial internacional com o qual não tem nada a ver”.

Após manter várias conversas com as autoridades espanholas, José Luís Benítez pediu ao governo espanhol e à Comissão Europeia que redobrassem os seus esforços para alcançar uma solução negociada com os Estados Unidos, que evitasse medidas muito prejudiciais ao sector vinícola espanhol, num dos seus mercados mais importantes.

Para o director da Federação Espanhola do Vinho, é uma decisão “arbitrária e injusta” que afecta não apenas as vinícolas espanholas e europeias, mas também os importadores e consumidores dos EUA que serão afectados pelas novas tarifas.

As novas taxas deverão ter um grande impacto na economia espanhola que exportou para o mercado norte-americano, até Julho de 2019, quase 73 milhões de litros de vinho, no valor de 301,4 milhões de euros, a um preço médio de 4,14 euros por litro.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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