Entrevista à líder do Democracia21 (D21), Sofia Afonso Ferreira
Sofia Afonso Ferreira concorre às legislativas de 6 de Outubro em coligação com o Partido Popular Monárquico (PPM), liderado por Gonçalo da Câmara Pereira. E porque sempre defendeu “a necessidade de coligações na ala da direita”. Uma defensora acérrima da caça, Sofia Afonso Ferreira diz que “a caça é uma das poucas actividades que suporta o mundo rural a nível económico e não só”.
“As proibições que alguns partidos políticos como o PAN introduziram na lei portuguesa afectaram não só o ecossistema como prejudicaram os produtores pecuários, os criadores de pequenos ruminantes e as explorações familiares de reduzida dimensão”
Porque concorre a D21 em coligação com o PPM?
Desde a constituição do Democracia21, em 2018, que defendemos a necessidade de coligações na ala da direita. No caso dos partidos e movimentos ainda sem representação parlamentar, reunir forças seria crucial tanto nas eleições europeias como nas legislativas. Nas europeias conseguimos reunir quatro forças políticas, entre as quais o PPM, e o resultado foi positivo, apenas em seis semanas de campanha conseguimos alcançar 1,9% dos votos, perto de 50 mil. O resultado e as bandeiras e prioridades em termos de programa em comum foram um incentivo para reunirmos e fecharmos acordo para concorremos em conjunto nas eleições legislativas.
O que defende a D21 para estas legislativas?
Defendemos reformas nos principais sectores – Saúde, Justiça e Educação –, incentivo à economia e à inovação, descida de impostos, a redução do peso do Estado que asfixia o País e a economia, a defesa do interior do País e o mundo rural, florestas e regiões cinegéticas. Constituímos também um programa para os oceanos e o combate à poluição. A luta contra a corrupção é outra das nossa bandeiras. Temos também defendido a caça perante as leis abusivas que tem sido aprovadas.
Concretamente, o que defende para o sector da caça?
Antes de tudo, pretendemos passar a mensagem que confundir a caça com crimes contra animais é um erro. A caça é uma das poucas actividades que suporta o mundo rural a nível económico e não só. As proibições que alguns partidos políticos como o PAN introduziram na lei portuguesa afectaram não só o ecossistema como prejudicaram os produtores pecuários, os criadores de pequenos ruminantes e as explorações familiares de reduzida dimensão, que sofrem perdas constantes com os ataques de raposas e javalis a outras espécies como o lince ou o coelho-bravo, estas em extinção. Neste momento, estas populações de javalis e raposas constituem pragas em várias zonas do País e devem ser reguladas com urgência. A indiferença e desconhecimento do mundo rural, dos ecossistemas e de quem os habita, por parte de alguns partidos ditos ecologistas, não pode ser uma justificativa válida para a aprovação de leis cegas como temos assistido.
Porque constituiu a D21?
Defendi durante muito tempo que a direita necessitava de pelo menos mais um partido em prol da democracia e equilíbrio em termos políticos. O País também necessitava urgentemente de ter representação liberal no parlamento, éramos dos poucos países na UE sem partidos liberais. Em 2018 estavam reunidas algumas condições para que um projecto liberal vingasse e com um conjunto de pessoas que partilhavam os mesmos ideais lançámos o movimento. Após um ano e meio de muito trabalho e de concorrer a duas eleições, o saldo foi positivo para o Democracia21 perante as adversidades já esperadas no que concerne a movimentos e novos partidos conseguirem singrar num meio politico extremamente polarizado durante quatro décadas.
Agricultura e Mar Actual