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Estudo: Polinizadores estão em perigo

Os insectos e outros animais que polinizam as plantas estão em perigo a nível global e precisam de ajuda urgente, revelou um estudo da Plataforma dos Serviços Inter-governamentais para a Biodiversidade e Ecossistemas (IPBES, na sigla em inglês). Aves e abelhas, mas também borboletas, traças e morcegos são essenciais para a produção alimentar, salienta o relatório.

Os polinizadores, incluindo cerca de 20.000 espécies de abelhas selvagens, contribuem para o desenvolvimento das plantas com flores, plantas que representam 35% das colheitas globais, num valor estimado em cerca de 527 mil milhões de euros por ano. Destes animais dependem ainda milhões de empregos em todo o mundo.

Apresentado num encontro do IPBES em Kuala Lumpur, na Malásia, o estudo afirma que os responsáveis políticos podem e devem agir no sentido de parar a queda no número global dos polinizadores, “que reflecte, fundamentalmente, as alterações no uso da terra, às práticas de agricultura intensiva e de uso de pesticidas, à invasão de espécies não autóctones, a pestes e doenças e às mudanças climáticas”, resume o vice-presidente do IPBES, Robert Watson.

O estudo, o primeiro do género a nível global, conclui que os pesticidas, incluindo insecticidas neonicotinóides, ameaçam os polinizadores em todo o planeta, apesar de considerar que os seus efeitos a longo prazo ainda não são completamente conhecidos. As colheitas de organismos geneticamente modificados (OGM), ou transgénicos, são outro factor de risco. Tolerantes a herbicidas ou resistentes a insectos, estas plantas afectam a disponibilidade de ervas “selvagens”, o que diminui a quantidade de alimentos acessível aos polinizadores. Este facto não é levado em conta quando se permitem ou planeiam colheitas de transgénicos, criticam os autores do estudo.

Finalmente, os animais polinizadores estão em perigo também devido ao abandono de práticas agrícolas baseadas nos conhecimentos locais e indígenas, que incluem sistemas agrícolas tradicionais, a manutenção de paisagens e hortas e relações de proximidade, todos elementos protectores dos polinizadores.

Em números

20.000 – O número de espécies de abelhas selvagens. Além destas, muitas espécies de borboletas, traças, escaravelhos, vespas, aves, morcegos e outros vertebrados contribuem para a polinização de plantas e flores.

75% – Percentagem das colheitas globais que dependem, pelo menos em parte, da polinização para sobreviver.

Entre 214 mil milhões de euros e 527 mil milhões de euros – Valor global anual das colheitas directamente afectadas pelos polinizadores.

300% – Aumento do volume da produção agrícola dependente dos polinizadores, nos últimos 50 anos.

Quase 90% – Percentagem de plantas selvagens com flores que dependem, pelo menos em parte, da polinização animal.

1,6 milhões de toneladas – Produção anual de mel que depende da abelha doméstica ocidental.

16.5% – Percentagem dos vertebrados polinizadores em perigo de extinção, no mundo.

Mais de 40% – Percentagem de espécies polinizadoras invertebradas em perigo de extinção.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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