Queimadas? Que tal enviar os resíduos para um ecoponto florestal?
O primeiro ecoponto florestal do concelho de Viseu deverá estar a funcionar no Verão. O primeiro no País. E todo o território do município ficará coberto por estas infra-estruturas no espaço de “dois a três anos”. Quem o garante é o presidente da Câmara de Viseu, António Almeida Henriques.
Em vez de pensar em fazer uma queimada, o agricultor pode passar a pensar em entregar os seus resíduos à Câmara de Viseu, que os tratará na sua, futura, central de biomassa.
O projecto dos ecopontos florestais foi desenhado com a ambição de, um dia, ser possível proibir as queimadas no concelho de Viseu.
Desta forma, está a ser dado o primeiro passo para que o concelho fique coberto por “ecopontos florestais onde as pessoas podem colocar os resíduos, em vez de os deixarem na floresta ou fazerem queimadas“, podendo a freguesia “lucrar com a venda da biomassa” para a central de biomassa que está a ser construída, disse o autarca à Lusa, segundo o site da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal.
15 mil euros por ecoponto
Um financiamento de 15 mil euros para cada um dos ecopontos já foi aprovado. Os projectos serão desenvolvidos pelas freguesias, com o acompanhamento dos serviços camarários.
“Não impusemos às freguesias que os criassem”, frisou António Almeida Henriques, realçando que foi dito aos presidentes de junta que a Câmara estava disponível para financiar os ecopontos e que gostava de os ter em todo o território.
O concelho de Viseu deverá ter a central de biomassa a funcionar em pleno em Maio.
O autarca disse que, se pelo menos um dos ecopontos for criado até ao Verão, isso permitirá que “as outras juntas se entusiasmem” e se comecem a preparar para o próximo ano.
Rede completa em 2 a 3 anos
“Penso que demorará entre dois a três anos até conseguirmos ter esta rede”, afirmou o autarca, acrescentando que, quando o primeiro ecoponto estiver a funcionar, será possível ir “avaliando e fazendo afinações e ajustamentos” nos projectos dos seguintes.
Segundo António Almeida Henriques, a criação dos ecopontos florestais é “uma prática inovadora, amiga do ambiente, de envolvimento da comunidade e de prevenção” dos incêndios florestais.
Lógica comunitária
A Câmara pretende “estimular a lógica comunitária”, levando as pessoas a colocarem os seus resíduos florestais, de limpeza dos jardins ou do cultivo das terras nos ecopontos com o sentimento de estarem “a contribuir colectivamente” para aumentar a receita da sua freguesia.
“A junta depois vai vender as toneladas de biomassa e investir esse dinheiro em benefícios para a freguesia”, explicou o autarca.
Proibir queimadas
O projecto dos ecopontos florestais foi desenhado com a ambição de, um dia, ser possível proibir as queimadas no concelho de Viseu. “No médio prazo, ambicionamos ser o primeiro concelho do País a proibir as queimadas, porque criou a alternativa. Nunca podemos fazer uma proibição sem criar uma alternativa”, disse à Lusa António Almeida Henriques.
O concelho de Viseu deverá ter a central de biomassa a funcionar em pleno em Maio. Trata-se de um investimento de 52 milhões de euros, que está a criar fortes expectativas no que respeita à dinâmica económica da região.
Agricultura e Mar Actual