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Agricultores de 7 países europeus manifestam-se contra acordos de livre comércio

A uma dúzia de metros da fronteira entre a Bélgica e a Alemanha, representantes de 17 organizações agrícolas de 7 países europeus reuniram-se hoje, 25 de Janeiro, para denunciar o actual programa comercial da União Europeia.

“Hoje, enquanto discutimos o futuro da Política Agrícola Comum para 2021 com a União Europeia, e que a legitimidade da reforma se baseia numa dependência crescente da agricultura face às questões ambientais, constatamos, ao mesmo tempo, que a UE reforça as negociações de livre comércio, o que destruiu os modelos da agricultura sustentável, do ponto de vista ambiental, como os das pequenas e médias explorações”, declarou o membro do comité de coordenação da ECVC — Coordination Européenne Via Campesina, sediada em Bruxelas, Andoni Garcia.

Após uma série de intervenções, os participantes da Alemanha, Bélgica, França, Luxemburgo e Holanda “esmagaram” o acordo de livre comércio entre o Canadá e a União Europeia, CETA – The Comprehensive Economic and Trade Agreement.

Contra o acordo com o Canadá

Criticaram ainda outros acordos de livre comércio, numa acção simbólica em que acordos de livre comércio foram lançados na terra e pisados. Em seguida, diferentes representantes do mundo agrícola assinaram uma declaração dos agricultores europeus (aqui), que exige uma política comercial europeia justa, garantindo preços justos para os produtores, condições de trabalho justas, protecção do meio ambiente e bem-estar animal, comida de qualidade e soberania alimentar.

Para o presidente da FUGEA  — Federação Unida de Agricultores e Grupos de Agricultores, Philippe Duvivier, os “acordos de livre comércio estão a matar os agricultores através da competição global por modelos agrícolas que não são comparáveis. Os padrões de saúde e ambientais, por exemplo, estão a tornar-se mais altos na Europa. Isso é uma coisa boa, mas apenas se estiverem associados a uma reavaliação das nossas produções e a uma mudança nos nossos alimentos. As políticas assinam através desses acordos a omnipotência das indústrias e a morte da nossa agricultura”.

Preços justos e comércio justo

Já Berit Thomsen, Associação dos Pequenos Agricultores eV (ABL), afirmou que os “acordos de livre comércio como o CETA, com direitos para as empresas, servem apenas ao sector do agronegócio, não aos agricultores. O trabalho dos agricultores deve ser promovido e apoiado. Nós exigimos preços justos e comércio justo. Democracia em vez do domínio das grandes empresas”.

Além do CETA, os agricultores e outras organizações da sociedade civil estão seriamente preocupados com os acordos entre o Mercosul e a UE, o Japão e a UE (que deve entrar em vigor no início de Fevereiro), e uma série de outros tratados comerciais que estão actualmente a ser negociados pela UE com vários outros países e regiões do Mundo.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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