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Presidente do INIAV: nova PAC dará mais relevância à inovação agrícola

O INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária vai estar na 6ª edição da AgroGlobal – Feira das Grandes Culturas realiza-se de 5 a 7 de Setembro de 2018, em Valada do Ribatejo. A comunicação da Feira entrevistou o presidente do Instituto, Nuno Canada, que considera que “a nova PAC dará mais relevância à área da inovação agrícola”.

Nuno canada diz que a nova PAC “dará mais relevância à área da inovação agrícola, sendo expectável também um maior financiamento à investigação. Por outro, o novo QCA de apoio à inovação (após o ano 2020), que se vai chamar Europa 2030, terá um aumento significativo de dotação financeira”.

O presidente do INIAV realça ainda que o Comissário Europeu da Inovação, Carlos Moedas, anunciou que vai alocar 10% desse orçamento (que contempla um total de 10 mil milhões de euros) à área agrícola. Para Portugal há ainda uma boa oportunidade de financiamento através do PRIMA (Programa para a Inovação no Mediterrâneo), que está fortemente centrado na área agrícola, já apresentámos um conjunto alargado de candidaturas a este programa, que se vão decidir nos próximos meses e provavelmente prolongar ao próximo QCA”.

Transferência de conhecimento para os agricultores

Refira-se que a AgroGlobal decorre numa das estações do INAV, a Estação Zootécnica Nacional, pelo que o INIAV é parceiro da feira desde a primeira hora. O Instituto vai estar presente no Pavilhão AgroInov com projectos na área da agricultura de precisão, em palestras técnicas e científicas e também com um stand.

“A transferência de conhecimento é o nosso modo de estar. Temos 130 projectos de I&D em curso, dos quais 95% em estreita articulação com o sector agrícola”, garante Nuno Canada.

O INIAV participa em 50 projectos dos Grupos Operacionais do PDR 2020, onde se juntam a investigação e os utilizadores finais do conhecimento (os agricultores).

“Por exemplo, na área dos cereais estamos a dar formação a técnicos e agricultores em parceria com a ANPOC e a Escola Superior Agrária de Beja; implementámos as Listas de Variedades Recomendadas de cevadas e trigos, em parceria com a indústria, para aconselhar os agricultores sobre as variedades mais adequadas do ponto de vista agronómico e industrial. Outro exemplo, na área da floresta, criámos com a UNAC, a Escola Nacional de Quadros para a Floresta para formar engenheiros florestais”, reforça o presidente do INIAV.

Laboratório Colaborativo InnovProtectPlant

E no sentido de transferir conhecimento para o agricultor, o INIAV conta com os Laboratórios Colaborativos, ecossistemas de inovação que visam transferir conhecimento para a indústria.

O INIAV participa em 5 destes laboratórios. O InnovProtectPlant está orientado para desenvolver novas moléculas na área dos produtos fitofarmacêuticos e pós-colheita para várias culturas agrícolas, também numa perspectiva de sustentabilidade e protecção do ambiente.

“O primeiro passo foi dado no dia 15 de Maio, em Elvas, onde ficará sediado este CoLab no pólo do INIAV, com assinatura do protocolo entre o INIAV, a Câmara Municipal de Elvas e a Universidade Nova de Lisboa. Os nossos parceiros neste CoLab são a ANPROMIS, a ANPOC, a Casa do Arroz, a FNOP, a Fertiprado, o CEBAL, a Bayer e a Syngenta”, explica Nuno Canada.

Projectos na área dos cereais

Já na área dos cereais “há um projecto em parceria com a ARVALIS e um instituto de investigação da Tunísia que visa desenvolver um ideótipo de trigo adequado à zona do Mediterrâneo e Sul da Europa, que seja resistente a altas temperaturas e capaz de usar a água de forma eficiente”, diz o presidente do INIAV.

Em paralelo, o projecto FastBreed visa combinar ferramentas de tecnologia de ponta nas áreas da genómica e proteómica com os métodos de melhoramento tradicionais, “isto permitirá fazer melhoramento de trigo mais rápido e mais direccionado às necessidades do sector”, acrescenta aquele responsável.

Por outro lado, há ainda o Pão de Cereais do Alentejo, um produto certificado, à venda nas lojas Continente e Auchan, que foi desenvolvido pelo INIAV, a Escola Superior Agrária de Beja e a indústria de farinhas. “É uma forma de valorizar o que é nacional e de diferenciar os nossos recursos endógenos”, diz Nuno Canada.

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