O secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, disse que a consciência do oceano é uma prioridade estratégica do País, pois “devemos monitorizar para conhecer, e valorizar para proteger”. Aquele governante falava no dia 8 de Junho, Dia Mundial dos Oceanos, em Peniche, na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) do Politécnico de Leiria.
O secretário de Estado exemplificou algumas das acções e projectos que tem vindo a ser desenvolvidas no âmbito do mar, utilizando ferramentas como plataformas para reduzir o lixo marítimo ou promover a pesca sustentável.
José Apolinário terminou com um alerta para o combate à poluição dos mares causada pelo plástico: “se não mudarmos a nossa forma de o utilizarmos, vai existir mais plástico no mar do que peixes”.
Na conferência, que teve como mote “Oceanos: sensibilizar para agir, proteger para valorizar”, este também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que afirmou que “precisamos de agir em todas as frentes no que se relaciona com a preservação sustentável dos oceanos. Devemos ser protagonistas e líderes do tema na agenda internacional”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros referiu o projecto de afirmação nacional do mar, apresentado e em aprovação nas Nações Unidas, para a extensão da plataforma intercontinental de Portugal, que permitirá o desenvolvimento tecnológico e científico, e económico do País. “Se for aprovado, multiplica por muito a nossa área portuguesa e simboliza o reencontro do País com o mar”, disse.
Estratégia de desenvolvimento
Augusto Santos Silva enunciou as cinco dimensões que devem ser desenvolvidas no âmbito do mar e dos oceanos: a do conhecimento, a da económica, a ambiental, a da segurança e a da governação.
O ministro dos Negócios Estrangeiros falou de algumas estratégias que já estão a ser implementadas, como a criação de um Centro de Investigação e Tecnologia, nos Açores, a preservação da segurança no mar com o desenvolvimento de um centro de defesa internacional do Atlântico, ou a execução de uma nova convenção que protege a biodiversidade marinha nas áreas de “ninguém”.
“É fundamental a consciência da humanidade de que os oceanos são um bem comum”, rematou Augusto Santos Silva.
Sensibilizar os cidadãos
Por sua vez, o presidente do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, destacou na sessão de abertura que “o tema [da conferência] é muito feliz porque precisamos todos de ter esta responsabilidade de sensibilizar os cidadãos”.
“Estamos comprometidos com uma estratégia de valorização, atracção e retenção de talento”, prosseguiu Rui Pedrosa.
“Devemos promover e valorizar o conhecimento através de conferências como esta, abrindo as portas à sociedade. Só com um aumento de conhecimento, promovendo a sustentabilidade e a valorização dos os recursos endógenos, é que podemos ajudar a fazer este caminho. Para que tal aconteça é fundamental valorizar as pessoas que geram e partilham conhecimento com a sociedade”, rematou o presidente do Politécnico de Leiria.
O presidente da Câmara Municipal de Peniche, Henrique Bertino, enalteceu a relação do município com o Politécnico de Leiria, ligação essa que promete manter no futuro, pois “o concelho precisa muito desta Escola e a Escola do município”.
Protecção do território marinho
Quanto ao presidente do Comité Português para a Comissão Oceanográfica Inter-governamental, Luís Menezes Pinheiro, sublinhou a relevância de sensibilizar a população no Dia Mundial dos Oceanos para a protecção do território marinho e dos seus recursos.
“Espero que esta conferência permita partilhar ideia, sobretudo sobre o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 14 da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que integra a protecção da vida marinha, a conservação e o uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”, indicou Luís Pinheiro, que terminou o seu discurso com uma homenagem a Mário Ruivo, que lutou pelos oceanos e pela protecção da biodiversidade.
José Moraes Cabral, presidente da Comissão Nacional da UNESCO, falou da importância de aumentar a consciência das necessidades, características e diversidade dos oceanos, para a sua preservação. “O oceano é um tema transversal da UNESCO. Este encontro é uma forma de dar visibilidade à protecção dos oceanos e transmitir boas práticas, como uma forma de enriquecimento da cidadania”, salientou.
Agricultura e Mar Actual