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Charneca Ribatejana: “fixar pessoas no interior” deve ser prioridade dos apoios da UE

O coordenador da Associação para a Promoção Rural da Charneca Ribatejana, João Empis Falcão, diz que “fixar as pessoas no interior deve ser a prioridade nos próximos QCA”, Quadros Comunitários de Apoio, falando da necessidade absoluta de fixar as pessoas naquela região, criando emprego e qualidade de vida.

A Associação para a Promoção Rural da Charneca Ribatejana, que vai estar presente na 6ª edição da AgroGlobal – Feira das Grandes Culturas que se realiza de 5 a 7 de Setembro de 2018, em Valada do Ribatejo, dedica-se desde 1994 à implementação de instrumentos de política de desenvolvimento rural.

João Empis Falcão, em entrevista à comunicação da AgroGlobal, salienta que os grandes objectivos da Charneca Ribatejana são “fixar as pessoas na sua área de intervenção e contribuir para que elas tenham uma qualidade de vida com as mesmas oportunidades e prazeres que têm noutras áreas do território nacional”.

Interior não pode ser abandonado

A Charneca Ribatejana actua nos concelhos da Golegã, Chamusca, Almeirim, Alpiarça, Benavente, Salvaterra de Magos e Coruche.

Nos próximos QCA, diz aquele responsável, deve haver uma “consciencialização de que o Interior não pode ser abandonado, têm que conseguir fixar as pessoas no seu território. Portugal sofreu uma brutalidade (com os incêndios de 2017) e uma das grandes causas é o abandono do Interior. Essa é uma oportunidade que eu vejo para quem está a gerir estes fundos”.

E acrescenta: “deve dar-se mais atenção a como se fixam as pessoas no Interior, criando emprego e qualidade de vida. E ai é onde a Charneca Ribatejana pode actuar”.

Agricultura: o sector mais importante

No actual Quadro Comunitário de Apoio, a Charneca passou a trabalhar com 3 fundos comunitários de apoio: o Feader (agrícola), o Feder (economia geral) e o Fundo Social Europeu (questões sociais).

O coordenador da Associação explica que a agricultura é o sector económico “mais importante na nossa área de intervenção, pelo que temos apoiado projectos para diversificação da actividade agrícola; transformação de produtos agrícolas dentro da exploração; instalação de energias renováveis em explorações agrícolas; empresas que prestam serviços ao sector primário”.

Avanço para o valor acrescentado

Quanto ao futuro da agricultura no Ribatejo, “a actividade que tem mais tecnologia e conhecimento agregados”, João Empis Falcão, diz que a “principal tendência vai ser, passo a passo, o abandono das commodities e a transição para culturas agrícolas que criem algum valor”.

“E se mantivermos alguma área de commodities (milho e arroz), a criação de valor tem de ser na parte ambiental. Além da produção por si, temos que tomar conta de uma parte do nosso território, preservá-lo e mantê-lo com qualidade”, acrescenta aquele responsável.

E por vai a Charneca à Feira de Valada do Ribatejo? “Estaremos na Agroglobal com uma ‘bandeira’ que é comunicar o que temos para oferecer às pessoas: apoiar os seus projectos. Dando a conhecer os apoios existentes para que se interessem, concorreram e usem os dinheiros públicos da melhor forma possível”, diz o coordenador da Associação.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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