Qualquer semelhança com o Alqueva não é coincidência. O ambicioso Projecto Tejo surge para abastecer água a 300.000 hectares de regadio no Ribatejo, Oeste e Península de Setúbal, daqui a 30 anos. Se quer saber tudo sobre este projecto, pode conhecê-lo na 6ª edição da AgroGlobal – Feira das Grandes Culturas que se realiza de 5 a 7 de Setembro de 2018, em Valada do Ribatejo.
Para já, Jorge Froes, engenheiro agrónomo e consultor do Projecto Tejo, explica à comunicação da AgroGlobal que, no médio prazo poderá ajudar a expandir a área de rega em cerca de 20.000 hectares no Ribatejo, com um investimento inicial de 100 milhões de euros.
Projecto Tejo
“É um projecto de fins múltiplos que pretende tornar o Tejo navegável desde Vila Franca de Xira até Abrantes, para desenvolver o turismo, a piscicultura, manter e expandir a área regada actual no Ribatejo, Oeste e Setúbal. Vai custar 4,5 mil milhões de euros quando concluído, dentro de 30 a 40 anos, mas com 100 milhões de euros consegue-se começar a obra daqui a 4 ou 5 anos”, explica Jorge Froes em entrevista à AgroGlobal.
Aquele engenheiro agrónomo acrescenta que o Rio Tejo “está morto, é um esgoto, e o que se pretende é pôr um pacemaker, criando 6 açudes ao longo do Tejo: em Castanheira do Ribatejo, Valada do Ribatejo, Santarém, Golegã, Almourol e Abrantes. Criada esta escada de água, podem fazer-se estações de bombagens, redes de rega para as lezírias e as encostas do Ribatejo, passando também para o Oeste, através de uma bombagem parecida com a dos Álamos no Alqueva, e abastecendo Setúbal, através do Rio das Enguias (toda a zona de Canha, Poceirão, etc), num total de 300.000 hectares, a 30 anos”.
Gestão integrada dos recursos hídricos e energéticos
O Projecto Tejo prevê uma gestão integrada dos recursos hídricos e energéticos. “Pretendemos que o Tejo passe a funcionar como os outros rios, com gestão integrada dos recursos hídricos. Neste momento a EDP tem um contrato de gestão hidroeléctrica das barragens, por isso vamos propor à EDP que liberte, durante o Verão, cerca de 700 milhões de m3 de água/ano do Rio Tejo a EDP tem 2 mil milhões de m3 de capacidade de armazenamento no Tejo para produzir electricidade e em troca poderá vender a electricidade que o Projecto Tejo vai precisar”, salienta Jorge Froes.
Boa receptividade
Aquele responsável garante que a receptividade a esta ideia “tem sido enorme”. Segundo Jorge Froes, o Alqueva, apesar de ser um projecto totalmente diferente, “serve de exemplo. Já apresentamos o Projecto Tejo à sociedade civil, às entidades regionais do Ribatejo, aos partidos com representação na Assembleia da República, ao Presidente da República e o ministro da Agricultura, que conhece o projecto desde Janeiro, gostou muitíssimo. Todas as autarquias das regiões envolvidas estão interessadas em participar no projecto”.
Agricultura e Mar Actual