A Câmara Municipal de Sesimbra procede, desde 2007, à aplicação de micro-injecções nas árvores que se encontram nos espaços públicos e em escolas como forma de combater a processionária, ou lagarta do pinheiro. Este ano a acção está de volta.
“Devido às condições climatéricas que se têm feito sentir durante os últimos Invernos, com pouca chuva e temperaturas mais elevadas, regista-se, por todo o País, uma presença maior do que o habitual de processionária, ou lagarta do pinheiro”, diz fonte institucional da autarquia.
Janeiro e Abril, a pior altura
E adianta que esta espécie, que surge normalmente entre Janeiro e Abril, afecta pinheiros e cedros, e pode provocar problemas de saúde a pessoas e animais.
Para prevenir e controlar este problema, a Câmara Municipal de Sesimbra procede, desde 2007, à aplicação de micro-injecções nas árvores que se encontram nos espaços públicos e em escolas, “um dos métodos mais eficazes de minimizar os efeitos da espécie e aumentar a segurança dos cidadãos.
Para alem disso, são retirados ninhos das árvores, sempre que detectados, e desde que estejam acessíveis”, diz a mesma fonte.
Terrenos privados…
A autarquia não pode, no entanto, intervir nos terrenos privados, onde a responsabilidade no controlo da processionária é dos proprietários. Como tal, “é natural que se verifique a existência de lagartas em algumas zonas. Assim, durante este período, é recomendada toda a atenção e redobrado cuidado, sobretudo com crianças e animais de companhia”, salienta a autarquia.
Para além dos tratamentos preventivos, a Câmara Municipal desenvolve, no Parque Ecológico da Várzea, na Quinta do Conde, no Parque Augusto Pólvora, na Maçã, e nas hortas pedagógicas das escolas da Quinta do Conde, um projecto com chapins, aves predadoras naturais desta lagarta, que ajudam ao seu combate. A autarquia pretende alargar o projecto a todos os agrupamentos do concelho.
Processionária do Pinheiro, o que é?
A processionária, vulgarmente conhecida como lagarta do pinheiro, diz a mesma fonte da autarquia de Sesimbra, é uma espécie desfolhadora que pode parasitar pinheiros e cedros. O seu nome deve-se ao facto de formar longas procissões de lagartas que se dirigem das árvores para o solo, onde irão crisalidar.
Nos últimos anos, em Portugal têm-se observado ataques de elevada intensidade, devida, principalmente, às condições climatéricas.
Em ambiente urbano, este insecto deverá ter uma vigilância constante e um combate urgente e atempado, dadas as consequências que pode provocar em termos de saúde pública.
Grupos de risco? As crianças
Os principais grupos de risco são as crianças e os animais, uma vez que, no ser humano, os seus pelos urticantes podem causar alergias cutâneas, e em situações mais graves, asfixia. Nos animais provocam danos que se manifestam particularmente nas patas e na boca.
Ciclo de vida da processionária do pinheiro
A fase aérea vai de Julho a Setembro. Nesta fase, a lagarta assume a forma de uma borboleta que após sair do casulo, acasala e faz a postura de ovos nas folhas do pinheiro. Por vezes, não são facilmente detectadas, pois têm hábitos nocturnos.
A fase terrestre vai de Setembro a Fevereiro. Depois da eclosão dos ovos, as lagartas passam por cinco fases de crescimento. A partir da terceira ganham os pelos urticantes. É também nesta altura que começam a formar os ninhos brancos que se vêem no cimo dos pinheiros, para se poderem abrigar do mau tempo. Quando termina a sua formação iniciam a sua última fase do seu ciclo de vida.
Fase subterrânea
A fase subterrânea vai de Janeiro a Abril. As lagartas iniciam a descida até ao solo em procissão, em busca de um lugar onde se possam enterrar para formar um casulo e transformar-se novamente em borboleta. Assim se inicia novamente o seu ciclo de vida.
Medidas de prevenção
Adianta a mesma fonte da Câmara de Sesimbra que antes do final da Primavera, aconselha-se a colocação de armadilhas sexuais para captura das borboletas macho nos pinheiros atacados.
Entre Setembro e Novembro, nos primeiros estádios de desenvolvimento das lagartas, os tratamentos com insecticidas, efectuados com produtos autorizados, são eficazes.
Entre Novembro e Dezembro, a destruição dos ninhos limita o desenvolvimento da praga.
De Janeiro a Abril, na altura das procissões, pode-se intersectar e destruir as lagartas antes que estas se enterrem no solo, por exemplo, com recurso a cintas adesivas, ou funis/garrafões colados às árvores, ou com a instalação de ninhos de chapins.
Agricultura e Mar Actual