A AICEP — Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal acaba de publicar a “Ficha de Mercado de Angola” (Dezembro de 2017), na qual faz uma análise da economia angolana, das relações económicas bilaterais e das condições de acesso ao mercado, apresentando também um conjunto de informações úteis para exportadores e investidores nacionais.
Referem os analistas da Agência que Angola, no contexto da África Subsariana, assume-se como uma potência regional, com um Produto Interno Bruto (PIB) per capita que, e em termos de paridade do poder de compra, atingia 7 255 dólares, substancialmente superior ao de países como o Quénia e a Nigéria.
O país é rico em recursos naturais, com destaque para o petróleo, que representou cerca de 38% do PIB de 2016 e cerca de 92% das exportações.
Diminuição da produção petrolífera
Problemas técnicos que provocaram uma diminuição da produção petrolífera e a queda significativa dos preços do petróleo durante parte de 2014 e 2015 conduziram a um abrandamento do crescimento, que registou 4,8% e 3,0%, respectivamente.
Apesar de, em 2016, a economia angolana ter estagnado, assistiu-se a uma recuperação em 2017, apontando as projecções do EIU para um aumento de 2,7%.
Relações com Portugal
Angola é um importante parceiro comercial de Portugal, tendo-se posicionado, no que refere ao comércio de bens, no oitavo lugar no ranking de clientes em 2016 (3,2% das nossas exportações). Na qualidade de fornecedor, as quotas de Angola são mais modestas, ocupando a 12ª posição do ranking.
Nos primeiros nove meses de 2017, os valores das exportações e das importações de bens e serviços tiveram comportamentos distintos, com as exportações a crescer 37,2% e as importações a contabilizar uma quebra de 72%.
Economia proteccionista
As autoridades angolanas, referem os analistas da AICEP, têm vindo a implementar várias reformas e medidas, nomeadamente legislativas, com o objectivo de liberalizar as trocas comerciais de bens e serviços, promover a iniciativa privada, eliminar obstáculos nas transacções internacionais, diversificar sectores da economia e aumentar o investimento directo produtivo.
Actualmente, regista-se, no entanto, uma inversão desta tendência na definição da política comercial angolana, numa óptica proteccionista (na sequência da crise financeira e económica provocada, nomeadamente, pela quebra da cotação do petróleo no mercado internacional), através da tomada de várias medidas susceptíveis de se traduzirem em obstáculos de natureza pautal e não pautal.
Pode consultar o documento aqui.
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