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Portos movimentam mais de 88 milhões de toneladas, valor mais elevado de sempre

Os portos comerciais do continente, entre Janeiro e Novembro de 2017, atingiram o valor mais elevado de sempre ao movimentar 88,8 milhões de toneladas de carga. Leixões e Aveiro registaram também a sua melhor marca, excedendo os seus máximos registados em 2015.

Segundo os dados hoje, 9 de Janeiro, divulgados pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), nos onze primeiros meses de 2017 foram movimentadas 88,8 milhões de toneladas de carga das várias tipologias.

Este valor, que confirma a trajectória de crescimento homólogo a que tem vindo a assistir desde 2010, excede em 3,9% o registado em igual período de 2016 e constitui o volume mais elevado de sempre. Leixões e Aveiro são o reflexo desta marca, registando neste período valores que excedem, respectivamente, em +3,8% e +11,6% os máximos anteriores (verificados em 2015, em ambos os casos).

Para além destas marcas, importa ainda referir o significativo contributo para o desempenho homólogo global que os portos de Leixões e de Aveiro prestaram, com taxas de crescimento de +7,7% e de +18,3% com quotas de 20,2% e 5,4%, respectivamente, a que corresponde um acréscimo conjunto superior a 2 milhões de toneladas.

Lisboa com maior peso

No entanto, o porto que mais contribuiu para o desempenho global do sistema portuário foi Lisboa, que comparativamente ao período Janeiro-Novembro de 2016 registou um acréscimo superior a 2,1 milhões de toneladas, correspondente a +23,5%.

O porto de Sines, apesar de manter a sua posição de líder, com uma quota de 52,2% do volume de mercadorias movimentadas, registou entre Janeiro-Novembro de 2017 um recuo de -0,9% face ao volume homólogo movimentado em 2016, o correspondente a -406,4 mil toneladas.

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes sublinha, no entanto, que este comportamento não reflecte qualquer quebra na dinâmica de crescimento que Sines tem vindo a demonstrar de forma sustentável nos últimos anos, mas reflecte tão somente a incapacidade de anular o efeito travão associado ao transbordo circunstancial de 1,7 milhões de toneladas de petróleo bruto que teve que efectuar (extraordinariamente) em 2016 para possibilitar o abastecimento da refinaria de Matosinhos, impossibilitada de descarregar esta matéria prima no terminal oceânico de Leixões, que esteve inoperacional durante cerca de seis meses para manutenção da sua monoboia em estaleiro.

2,76 milhões de TEU

Entre Janeiro e Novembro de 2017, o sistema portuário do continente movimentou cerca de 2,76 milhões de TEU, estabelecendo assim a melhor marca registada nos períodos homólogos, excedendo em +11% a anterior observada em 2016. Este comportamento é reflexo do desempenho do porto de Sines que regista idêntica marca ao exceder em +14,3% o volume homólogo de 2016.

No entanto, à semelhança dos últimos meses, a variação mais expressiva do volume de TEU movimentado no período Janeiro-Novembro de 2017 face a 2016 verifica-se no porto de Lisboa e tem subjacente uma taxa de +29,6%, confirmando o percurso de recuperação do tráfego ‘desviado’ em especial para Leixões e Setúbal por efeito das perturbações laborais.

O tráfego de contentores é fortemente influenciado pelas operações de transhipment realizadas no porto de Sines, diz ainda a AMT. No período em análise, este segmento de tráfego representou cerca de 44,8% do volume total de TEU movimentados no sistema portuário e cerca de 79,5% do movimento do próprio porto de Sines.

No período em estudo, registaram-se 10.085 (+1,9% face a 2016) escalas de navios das diversas tipologias, incluindo os navios de cruzeiro, e uma arqueação bruta (GT) global de cerca de 191,8 milhões (+4,3% face ao período homólogo), o que constitui o volume de GT mais elevado observado nos períodos Janeiro-Novembro.

Setúbal e Lisboa lideram número de escalas

Setúbal e Lisboa foram os portos a registar um comportamento positivo e mais expressivo com acréscimos no número de escalas de +2,3% e de +13,3%, respectivamente, e, de +28,3% e de +10,8% no volume de GT.

O desempenho dos mercados das cargas regista comportamentos diversos e com impactos muito distintos. Nesta perspectiva, a influência mais significativa verifica-se nos Produtos Petrolíferos, que registam um crescimento de +14,3% elevando a sua quota para 18,6%, e na carga contentorizada, cujo volume aumenta 5,7% e representa 35,4% do total. Já a classe do Petróleo Bruto registou uma quebra de -15,4%, com uma quota de 15,2%.

A carga embarcada, que inclui a carga de exportação, atingiu no período de Janeiro-Novembro de 2017 cerca de 36 milhões de toneladas, o que traduz uma quebra ligeira de -0,1%, determinada pelo efeito do movimento extraordinário em 2016 de 1,7 milhões de toneladas de petróleo bruto.

Sines mantém a maioria do volume de carga embarcada, com uma quota de 48,8% (apesar de ter sofrido um recuo de -7,7% face ao período homólogo de 2016), seguido de Leixões e Lisboa, com quotas de 19,1% e 13,3%, respectivamente.

Carga desembarcada

Quanto ao volume de carga desembarcada, na qual as “importações” representam em regra mais de 90%, verificou-se um aumento de +6,9%, face ao valor observado no mesmo período de 2016, atingindo cerca de 52,8 milhões de toneladas, o valor mais elevado de sempre, por reflexo da situação observada nos mercados de produtos petrolíferos, do carvão e da carga contentorizada.

No que respeita ao desempenho global dos portos comerciais do continente relativamente às operações de desembarque, Sines mantém o seu papel de líder com uma quota de 54,6%, após um acréscimo de +3,8% face ao período homólogo de 2016, seguindo-se Leixões, com um acréscimo de +9,1% e uma quota de 21%, Lisboa, que regista um aumento de +14,4% e passa a representar 12,2% do volume total, e Aveiro, que apresenta a variação percentual mais elevada, de +25,8% e eleva a sua quota para 6,1% (mais um ponto percentual do que a homóloga de 2016).

Assinala-se também o crescimento de +9% verificado no porto de Viana do Castelo, sublinhando que as operações de desembarque de carga são meramente residuais (0,1% do total).

Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro (agora com a actividade muito irregular) são os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado, no período em análise, de 81,8%, 63,9%, 58,6% e 100%, respectivamente.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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