A falta de precipitação está a atrasar o início de ciclo das pastagens de sequeiro, que continuam sem qualquer disponibilidade forrageira, registando-se um aumento prematuro e significativo da suplementação dos efectivos pecuários, feito, duma forma generalizada, com recurso a alimentos conservados (de produção própria ou adquiridos) e concentrados (rações industriais).
Segundo o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas de Outubro de 2017 do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), este facto, aliado à dificuldade de instalação das culturas forrageiras (que naturalmente implicará um atraso na disponibilização de matéria verde), conduzirá a um prolongamento do período de suplementação, com um acréscimo significativo dos custos para as explorações pecuárias.
Seca
Os analistas do INE salientam que o mês de Setembro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como extremamente seco, tendo sido o Setembro mais seco dos últimos 87 anos em Portugal Continental, com uma precipitação total de apenas 2mm (que corresponde a 5% da normal 1971/2000). Este cenário conduziu a um aumento da área em situação de seca severa e extrema que, de acordo com o Índice PDSI, já abrangia mais de 88% do território. De realçar ainda que, no período de Abril e Setembro, os valores da quantidade de precipitação foram persistentemente inferiores à normal, tendo este semestre sido o segundo mais seco desde 1931 (apenas 2005 registou menos precipitação). Quanto à temperatura, o mês classificou-se como normal.
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