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Açores: Sinaga suspende transformação de beterraba e fica apenas na comercialização

O secretário Regional da Agricultura e Florestas dos Açores anunciou hoje, 31 de Outubro, em Ponta Delgada, que será suspensa a transformação da beterraba em açúcar na Sinaga — Sociedade de Indústrias Agrícolas Açoreanas, devido essencialmente aos elevados custos de produção, muito superiores ao preço da aquisição do açúcar nos mercados internacionais, mantendo a fábrica a componente da comercialização, de refinação, sem efectuar despedimentos.

“O Governo Regional deu instruções ao conselho de administração da Sinaga para suspender a transformação de beterraba em açúcar, ou seja, não há o encerramento da Sinaga”, afirmou João Ponte, que falava depois de ter reunido com os trabalhadores da açucareira e com os sindicatos.

João Ponte frisou que a fábrica vai manter a sua componente de comercialização de açúcar e, no que se refere à possibilidade de refinação, o conselho de administração avaliará, em devido tempo e em cada momento, face às cotações do açúcar nos mercados internacionais, se é rentável.

48 trabalhadores passam para a administração pública

João Ponte estimou que nesta nova fase da empresa serão necessários 26 colaboradores, sendo que os restantes 48 funcionários vão transitar, por cedência de interesse público, para a administração pública regional.

“É uma cedência que, naturalmente, carece da autorização dos colaboradores. A identificação destes colaboradores será feita pelo Conselho de Administração da Sinaga caso a caso, funcionário a funcionário, em função das actuais funções dos trabalhadores e auscultando os sindicatos”, assegurou o secretário Regional, acrescentando que os trabalhadores que forem cedidos por interesse público vão manter a remuneração de origem.

Para João Ponte, a actual situação financeira da Sinaga não permite realizar obras de modernização e adaptação face às exigências ambientais, de higiene e segurança no trabalho que actualmente são impostas, por forma a reduzir os elevados custos de produção.

“Hoje, produzir um quilo de açúcar na Sinaga pode custar cinco a seis vezes mais do que o preço de aquisição de açúcar nos mercados internacionais”, afirmou João Ponte, acrescentando que actualmente a produção anual de beterraba é de 100 toneladas, que são transformadas em 600 toneladas de açúcar, o que equivale a menos de 10% do consumo regional.

O governante adiantou ainda que agora a administração deve concentrar-se na operacionalização deste redimensionamento da empresa, na gestão, na renegociação do passivo junto da banca, fornecedores e Estado, bem como na rentabilização dos seus activos, admitindo que, no futuro, o terreno onde está implantada a fábrica da Sinaga possa vir a ser rentabilizado.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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