A cultura de tomate para indústria na região de Alqueva continuar a crescer e aumentar o peso das exportações nacionais. Segundo o Anuário Agrícola de Alqueva de 2017, 95% da produção de concentrado de tomate produzido em Portugal é exportado.
Entre os países de destino encontram-se, na Europa, o Reino Unido, Irlanda, França, Alemanha, Holanda, Escandinávia e Rússia, no Médio Oriente o Kuwait e Arábia Saudita e no Extremo Oriente o Japão, Coreia do Sul e Tailândia.
Refere ainda o Anuário, da responsabilidade da EDIA — Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, que actualmente a indústria de concentrado de tomate mais próxima das áreas com potencialidade para a produção de tomate indústria, em Alqueva, encontra-se à distância de cerca de 140 km.
“Este é o principal entrave ao desenvolvimento desta cultura nos perímetros de Alqueva, isto porque, os custos de transporte são elevados e o preço pago pela matéria-prima não suporta os gastos e os riscos dos agricultores”, realçam os técnicos da EDIA.
Os produtores
Existem alguns agricultores que produzem esta cultura, sendo a Cooperativa Agrícola do Sado – Alensado a principal entidade responsável por esta aposta. Esta entidade, é reconhecida como Organização de Produtores de produtos hortícolas para transformação (tomate) desde 1997.
A Alensado comercializa todos os factores de produção que os seus sócios necessitam para a cultura, a preços mais favoráveis, dá apoio técnico, faz a colheita, produz as plantas e é responsável pela comercialização.
“Todas estas responsabilidades concentradas numa só entidade trazem valor para os agricultores que apenas tem de se preocupar em produzir bem e atingir médias de produção a rondar as 100 t/ha”, diz o Anuário.
Maior área, para Espanha
No bloco do Monte Novo existe a empresa Roma, que produz tomate para uma fábrica em Badajoz. Actualmente ocupa uma área de cerca de 700 ha e é responsável pela maior área de tomate indústria inscrito nos perímetros de rega de Alqueva.
Segundo os técnicos da EDIA, a região de Alqueva dispõe de óptimas condições edafoclimáticas para a produção de tomate para a indústria, “não é por acaso que existiram até há poucos anos várias unidades de transformação de tomate na região”.
Sem a garantia de água os agricultores deixaram de apostar nesta cultura e por essa razão a produção de tomate decresceu. As fábricas, deixaram de ter produto para laborar e foram encerradas e/ou adaptadas para outros fins.
O Anuário
A elaboração deste documento, da responsabilidade da EDIA, resulta da recolha de informação sobre as culturas, junto de especialistas, de produtores da região, informação de documentos, artigos e outra bibliografia publicada e disponibilizada pelas várias entidades do sector.
Pode consultar o Anuário Agrícola de Alqueva aqui.
Agricultura e Mar Actual