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6.º Inventário Florestal Nacional: resultados preliminares já estão online

O ICNF — Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas já publicou online o Relatório Sumário do 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6). O relatório final do IFN6 será disponibilizado em Outubro de 2019.

Este Inventário tem 2015 como ano de referência, correspondendo este ao ano em que foi realizada a cobertura nacional aerofotográfica digital que serve de base à avaliação do uso/ocupação do solo, e em que foi efectuado o trabalho de medição e avaliação da vegetação no terreno.

Incêndios de 2017 e 2018 afectaram 274 mil ha de área arborizada

Realça o Relatório Sumário que “o IFN6 caracteriza o estado da floresta em 2015 o qual é forçosamente diferente da sua situação actual, em consequência da dinâmica própria dos ecossistemas florestais e, em particular, dos severos incêndios rurais de 2017 e de 2018 (Monchique)”.

E adianta que “o impacte destas perturbações e das dinâmicas de arborização/rearborização e de exploração dos recursos serão devidamente avaliados no próximo IFN, cujo início está previsto para o próximo ano”.

Contudo, diz o ICNF que “é possível efectuar estimativas aproximadas das consequências destes incêndios rurais com base nos dados existentes do IFN6 e das superfícies afectadas. Assim, estima-se que estes incêndios tenham afectado uma área arborizada de 274 mil ha”.

Floresta ocupa 36,2% do território continental

Em 2015 o uso florestal do solo representa o uso dominante em Portugal continental, ocupando 36,2% do território. Esta percentagem de uso florestal coloca Portugal na média dos 28 países da União Europeia (37,9%, SOEF, 2015).

Note-se que as áreas de uso floresta incluem as superfícies arborizadas (correspondente aos designados povoamentos florestais) e as superfícies temporariamente desarborizadas (superfícies ardidas, cortadas e em regeneração), para as quais se prevê a recuperarão do seu coberto arbóreo no curto prazo.

Área agrícola em queda. Floresta recupera

Os matos e pastagens constituem a classe seguinte de uso do solo com maior área, correspondendo os matos a 54% desta classe, ou seja a 1 499 mil ha. As áreas agrícolas correspondem a 23% do território continental.

Da análise do Inventário, constata-se que a tendência de diminuição da área de floresta, que se verificava desde 1995, inverteu-se em 2015, registando-se com este inventário um aumento de 59 mil ha (1,9%) face a 2010 (data da última avaliação) e de 7 mil ha face a 2005.

A área agrícola apresenta uma diminuição líquida de 24 mil ha, tendo a maior parte da área perdida sido convertida para matos e pastagens. A diminuição da área de matos e pastagens resulta da diminuição da área de pastagens, uma vez que a área de matos aumentou 42 mil ha em relação a 2010.

Principais formações florestais

Em termos estruturais, funcionais e paisagísticos, a floresta do continente pode ser organizada em quatro grandes grupos, ou formações florestais: pinhais (constituídos por povoamentos de pinheiro-bravo e pinheiro-manso); folhosas perenifólias (“montados”, sobreirais e azinhais); folhosas caducifólias (carvalhos, castanheiros e outras); e as folhosas silvo-industriais (eucaliptais).

Os “montados”, sobreirais e azinhais são a principal ocupação florestal, com cerca de 1 milhão de hectares e representando um 1/3 da floresta. São ecossistemas florestais de uso múltiplo, os quais não têm a produção lenhosa como principal função.

Os pinhais são a segunda formação florestal, com uma área próxima de 1 milhão de ha e são os ecossistemas florestais que têm tido uma maior redução na área ocupada. A diminuição da área deve-se aos pinhais de pinheiro-bravo, muito afectados pelos incêndios e pragas (sendo a mais expressiva o nemátodo), a qual supera o significativo aumento da área de pinhal de pinheiro manso (20,5 mil ha; 12% entre o IFN5 e IFN6).

As folhosas caducifólias (carvalhos, castanheiros e outras) são a formação florestal menos representativa em área ocupada, embora se registe um aumento sistemático ao longo dos últimos 20 anos, sendo esta mais significativa no período entre os dois últimos inventários (2005 e 2015) (46 mil ha; 17%).

Pode ler o Relatório Sumário completo aqui.

Ver também:

6.º Inventário Florestal Nacional: Montado lidera área plantada. Eucalipto representa 26%

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