O Programa do XXII Governo Constitucional quer “apostar no regadio eficiente e sustentável”. Explica o Executivo que a “actividade agrícola consome 74% da água no nosso País, pelo que a eficiência hídrica na agricultura deverá impor-se como um dos projectos mais relevantes no futuro imediato”.
E acrescenta que “as alterações climáticas vão colocar desafios à água disponível para regadio, pelo que a prioridade à eficiência hídrica deve estar presente não só nos sistemas de rega existentes, como nos novos investimentos em curso ou a realizar no âmbito do Programa Nacional de Regadios”.
Requalificação dos perímetros de rega
Assim, o Governo irá promover a requalificação dos perímetros de rega existentes, tornando-os mais eficientes, designadamente por via da redução das perdas de água por percolação e infiltração e prosseguir a implementação do Programa Nacional de Regadios, com vista ao aproveitamento de novas áreas com maior potencial para a irrigação, incluindo o alargamento do regadio de Alqueva.
O segundo Governo liderado por António Costa compromete-se ainda a lançar a 2.ª fase do Programa Nacional de Regadios tal como previsto no Programa Nacional de Investimentos 2030 e rever o sistema de cálculo do tarifário da água para rega, visando potenciar a utilização das infra-estruturas de regadio, penalizar o absentismo e privilegiar o consumo eficiente de água, com o objectivo de aumentar a taxa de utilização dos perímetros de rega em 25%, com o consequente incremento de produção.
Técnicas de precisão
Por outro lado, promete monitorizar e avaliar a utilização dos regadios à luz da eficiência hídrica, identificando e promovendo as culturas que garantam um uso sustentável dos solos nos perímetros de rega e implementar práticas de regadio que promovam o uso eficiente da água, designadamente recorrendo a tecnologias de precisão e de monitorização das necessidades efectivas de água das culturas ao longo dos ciclos de crescimento, e ainda o recurso a água reciclada tratada.
Promover uma agricultura resiliente
Promover uma agricultura resiliente é outra das apostas do Governo, que explica que “a agricultura é um dos sectores da economia que estará mais exposto aos riscos associados às alterações climáticas e à degradação do capital natural, como seja a erosão e a perda de produtividade do solo ou a escassez e falta de qualidade da água”.
Pelo que “é fundamental que, cada vez mais, a exploração agrícola seja desenhada para a regeneração do ecossistema que lhe está subjacente”.
Por isso, o Governo irá fomentar a instalação ou a reconversão para culturas com espécies e variedades melhor adaptadas às mudanças no clima e mais resistentes aos eventos extremos e à escassez de água e adoptar medidas de gestão e conservação do solo e de melhoria da sua fertilidade, promovendo a diversificação de culturas, a adopção de boas práticas de mobilização do solo e gestão de combustíveis, a incorporação de matéria orgânica e a aposta em pastagens permanentes semeadas e melhoradas, designadamente as biodiversas e as de sub-coberto.
Apoiar apicultura e silvopastorícia extensiva
O Governo compromete-se ainda a apoiar e dinamizar a apicultura e a silvopastorícia extensiva e a promover acções de capacitação e sensibilização dos agricultores para a adopção de boas práticas no contexto das alterações climáticas, para a necessidade de adaptação do sector agrícola e para a gestão sustentável dos recursos naturais.
Pode ler o Programa do XXII Governo Constitucional completo aqui.
Agricultura e Mar Actual