Está prevista pouca precipitação até ao fim do mês de Outubro. A situação de seca em Portugal continental pode-se agravar no próximo trimestre, alerta o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins.
“Não temos nenhuma dúvida que a tendência é de agravamento”, afirmou o governante, em declarações à agência Lusa, em Évora, no final de uma reunião com autarcas e técnicos de vários municípios do Alentejo afectados pela falta de água.
Citando uma informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o secretário de Estado disse que, no próximo trimestre, haverá “seguramente pouca precipitação, pelo menos, do ponto de vista previsional”, o que “coloca algum risco”.
“Por isso, estamos a tentar fazer intervenções, com tempo, de uma forma conjugada e bastante planeada e com soluções que sejam consensuais em torno das utilizações da água”, realçou o responsável à Lusa, citado na página de Internet da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal.
Alentejo ‘habituado’
Carlos Martins referiu que, no Alentejo, “há uma tradicional cultura de lidar com a escassez de água”, observando que a maioria das autarquias já tem tomado medidas nos usos municipais, como em piscinas e na rega de espaços verdes.
O governante salientou que as albufeiras do Monte da Rocha, no concelho de Ourique (Beja), e da Vigia, no concelho de Redondo (Évora), as que representam maior preocupação, estão a ser monitorizadas diariamente.
“Admitimos que, sobretudo, no caso da Vigia, possam haver, a curto prazo, algumas restrições de uso de água para fins agrícolas, porque é o que os dados da monitorização vêm evidenciando”, adiantou.
Aquele responsável adiantou ainda que “o grupo de trabalho que apoia a comissão da seca vai passar a emitir relatórios quinzenais”, indicando que, à medida que surjam situações críticas, haverá “monitorização legal muito mais apertada das autoridades”.
Agricultura e Mar Actual