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PS recomenda ao Governo: “proceda à resolução dos problemas que afectam a fileira da lã”

O Grupo Parlamentar do Partido Socialista (PS) espera que “o Governo proceda à resolução dos problemas que afectam a fileira da lã com intervenções nas diversas etapas do processo”, recomendando a criação de “incentivos à reactivação das indústrias ligadas à fileira da lã”e a criação de “incentivos ao Centro de Competências para a Lã por forma a que apresente soluções para a grave crise que o sector atravessa”.

Os deputados socialistas aconselham ainda que o Executivo proceda, através do INIAV — Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo (DRAP Alentejo) — extinta pelo último Governo de António Costa —, entidades fundadoras do Centro de Competências do Pastoreio Extensivo, “ao reforço da investigação aplicada, da transferência e da partilha do conhecimento e a adequação de um quadro normativo e de políticas públicas que assegure um pastoreio extensivo vivo e com futuro”.

Por outro lado, segundo o seu Projecto de Resolução n.º 196/XVI, entregue na Assembleia da República, o Grupo Parlamentar do PS que, “em colaboração com as associações de produtores e através do IEFP [Instituto do Emprego e Formação Profissional], crie cursos de tosquiadores”.

Explicam os deputados socialistas que “nos últimos anos a exploração de ovinos e caprinos em Portugal tem vivido sob enorme pressão: por um lado com sucessivos aumentos dos custos de produção, dificuldades no escoamento dos produtos, falta de mão-de-obra especializada — por ex. de tosquiadores —, complexidade administrativa e demasiados controlos e, por outro lado, sem o correspondente acompanhamento da valorização da carne, leite ou, particularmente, da lã”.

Mais-valia nas regiões do interior

E adiantam que “apesar disso, a ovinicultura apresenta-se como uma mais-valia nas regiões do interior, onde predominam solos com baixa aptidão agrícola, sendo a pastorícia fundamental para a manutenção da vitalidade das comunidades rurais, não só de forma directa pela valorização dos seus produtos — leite, carne e lã — como também pelos contributos ambientais: sequestro de carbono, controlo da erosão, melhoria da qualidade da água, preservação e promoção da biodiversidade, manutenção de paisagens abertas e de habitats naturais, regulação de cheias e controlo de incêndios”.

“A produção de lã, enfrenta talvez o maior desafio de todos, uma vez que a sua exploração sofreu um enorme revés, sobretudo por baixos preços de compra da matéria-prima e falta de mão-de-obra e desde 2019, que o preço da lã em Portugal tem caído, passando de valores médios de 0,90€/kg para os actuais 0,0€/kg”, acrescenta o Projecto de Resolução do PS.

E frisa que “para os agricultores portugueses, a tosquia tornou-se um problema devido ao custo da operação (1,8 a 2,3€/ovelha, dependendo da dimensão do rebanho), à logística necessária para armazenar a lã, já que não há compradores. A lã deixou de ser uma fonte de rendimento para se tornar um resíduo incómodo e caro. Já se assiste ao depósito de lã junto aos contentores de resíduos urbanos, o que vai dificultar as operações de recolha e processamento de lixo”.

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