“As medidas da PAC [Política Agrícola Comum] têm de ser reavaliadas e ajustadas às especificidades dos sistemas de produção animal extensiva ao nível ibérico”. Esta é uma das conclusões dos participantes do IV Congresso Luso-Espanhol de Pecuária Extensiva, que se realizou em Ourique (Baixo Alentejo) a 14 e 15 de Novembro, e que contou com cerca de 400 profissionais.
Para aqueles produtores, “a PAC é uma política barata quando comparada com os benefícios que aporta à sociedade (0,6% do Orçamento Europeu)”, considerando que o Orçamento da PAC deverá “assegurar pagamentos adequados à pecuária extensiva” e realçando ser “reconhecido o relevante papel da pecuária extensiva, mas a sua importância não se materializa ao nível de pagamentos – normalmente a pecuária extensiva é relegada para segundo plano”.
“Os Planos Estratégicos deverão considerar os recursos. No entanto, não deverão esquecer se os mecanismos disponíveis, tendo em vista os objectivos, são os mais indicados. O problema não é afectar mais dinheiro; é antes afectar os recursos comuns da forma mais adequada”, concluíram também aqueles produtores pecuários, no Congresso organizado pela ACOS – Associação de Agricultores do Sul, União dos Agrupamentos de Defesa Sanitária do Alentejo, Cooperativas Agro-Alimentarias de España e Federación Andaluza de Agrupaciones de Defensa Sanitária Ganaderas.
Para aqueles, o objectivo da PAC é aumentar a produção de alimentos e o rendimento dos agricultores, com respeito pelas regras ambientais e de bem-estar Animal. “A PAC tem de ser uma verdadeira Política Agrícola e não Agro-Ambiental”, acrescentando que a PAC “tem de ser uma política económica, focada na rentabilidade dos agricultores com mais cooperação entre países e entre as várias políticas – agrícola, ambiental e comercial. É importante evitar a todo o custo a renacionalização da PAC”.
E concluíram ainda que, na área da soberania alimentar e do ambiente, “há vários aspectos a melhorar: genética, alimentação animal, reciclagem, recirculação, aproveitamento energético dos efluentes, etc., pois importamos 30% a 40% da proteína que consumimos na UE [União Europeia]”, além de ser “importante remunerar os serviços ambientais e de bem-estar Animal a partir de outra fonte de financiamento que não a PAC.
“As ameaças geopolíticas estão cada vez mais na ordem do dia, mas o sector agrícola não pode ser utilizado como moeda de troca para as negociações geoestratégicas com países terceiros”, salientam aqueles produtores ibéricos.
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