Os incêndios florestais de 2017 ocorreram fundamentalmente em áreas geográficas onde o montado de sobro não é relevante, pelo que a cortiça não foi muito afectada. No entanto, em 2019, as condições climatéricas, registadas em algumas regiões do País, condicionaram a campanha e a produção de cortiça que apresentou um acentuado decréscimo em volume, de 14,0%. Cumulativamente, os preços diminuíram, invertendo a evolução positiva de 2018, tendo o valor da cortiça decrescido 17,4%, quando em 2018 tinha aumentado 24,2%.
Estes são alguns dos dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no seu destaque Contas Económicas da Silvicultura (CES) para 2019, que revê os resultados provisórios de 2018 e apresenta também a balança comercial dos principais produtos de origem florestal para o quinquénio 2016-2020.
Os técnicos do INE realçam que esta evolução se registou apesar de nos últimos anos “a cortiça, enquanto produto natural e sustentável, tem sido cada vez mais utilizada na confecção de novos produtos, como sapatos ou artigos decorativos, para além de matéria-prima para o fabrico tradicional de rolhas, tendo apresentado produções bastante elevadas”.
Balança comercial
Apesar de tudo, em 2020, os produtos à base de cortiça continuaram a assumir a posição de maior destaque na balança comercial, com um excedente de 892 milhões de euros.
Os produtos à base de cortiça (rolhas, materiais de isolamento, calçado, artigos decorativos, etc.) constituíram o grupo com maior destaque no quinquénio. O papel e cartão surgem em segundo lugar, com um saldo positivo de 690,2 milhões de euros. Foi na balança comercial referente a este produto que se terá verificado a maior redução em termos absolutos do saldo positivo registado em 2019.
Agricultura e Mar Actual