Os elementos do Comando-local da Polícia Marítima de Vila do Porto apreenderam esta semana, 52kg de pescado e diverso equipamento usado na actividade da pesca, no decorrer de uma acção de fiscalização na Reserva Natural dos Ilhéus das Formigas, nos Açores.
Durante a acção de fiscalização a Polícia Marítima detectou “uma embarcação de pesca local, em plena prática da actividade em área de reserva natural, bem como fora da área de navegação e com a presença de um não marítimo, que não constava no rol de tripulação. Foram ainda detectadas a bordo artes de pesca proibidas e diversas espécies de pescado que não podem ser capturadas na área de reserva”, avança uma nota de imprensa da Autoridade Marítima Nacional.
Os elementos da Polícia Marítima elaboraram o respectivo auto de notícia e, como medida cautelar, apreenderam o material e os 52kg de pescado, tendo 45kg sido vendidos em sistema de leilão, ficando o valor a reverter a favor do processo. O restante pescado foi doado à Santa Casa da Misericórdia de Vila do Porto.
Nesta acção estiveram envolvidos três elementos do Comando-local da Polícia Marítima de Vila do Porto, apoiados por uma embarcação, acrescenta a mesma nota.
Reserva Natural dos Ilhéus das Formigas
A Reserva Natural dos Ilhéus das Formigas situa-se a cerca de 33 milhas náuticas da ponta sudeste de São Miguel e a cerca de 20 milhas náuticas da ponta Nordeste de Santa Maria e constitui um recurso natural de notável relevância e um verdadeiro berçário para muitas espécies marinhas, com uma extensão total de 52.393 hectares.
Os Ilhéus das Formigas são formados por escoadas de basalto interrompidas por veios calcários que contêm fósseis de invertebrados marinhos que remontam, possivelmente, ao Miocénico, explica fonte institucional do Governo Regional dos Açores.
Neste banco encontram-se esponjas e bancos de corais e diversas espécies como o peixe-cão (Bodianus scrofa), o mero (Epinephelus marginatus) e o peixe-rei (Coris julis). Avistam-se também espécies que passam pelos ilhéus nas suas migrações, como a tartaruga-boba (Caretta caretta), o tubarão-martelo (Sphyrna zygaena) e o tubarão-baleia (Rhincodon typus). A importância desta zona marinha levou à classificação destes ilhéus como Sítio Ramsar ao abrigo da Convenção Ramsar.
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