“O Governo decidiu reforçar os investimentos destinados à região do Algarve em 103 milhões de euros”, destacando-se 27 milhões para “reforço de medidas de eficiência hídrica no perímetro hidroagrícola de Silves, Lagoa e Portimão”, e 10 milhões para “o reforço de medidas de eficiência hídrica no reforço do abastecimento público em baixa e para o uso da água residual tratada”.
O anúncio foi feito hoje, 22 de Maio, pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, após reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos efeitos da Seca, em Faro, acrescentando que o Executivo decidiu ainda lançar “vários estudos para avaliar o potencial hídrico de bacias hidrográficas, nomeadamente a de Alportel, e para avaliar as disponibilidades hídricas subterrâneas”.
A estes juntam-se os investimentos previstos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no valor de 237,4 milhões de euros (ainda apenas com 5% de execução), e “com projectos prioritários e relevantes como a tomada de água do Pomarão para aumento das afluências à barragem de Odeleite, a dessalinizadora de Albufeira e a monitorização das águas subterrâneas”.
E os investimentos do Fundo Ambiental em “medidas para mitigar a situação” no valor de 15,6 milhões, e do Turismo de Portugal “que colabora com uma verba de 10 milhões para as campanhas de sensibilização para o uso responsável da água, quer dos algarvios, quer dos turistas, e dos agentes económicos, desde logo os que têm vocação turística”, adiantou o primeiro-ministro.
Alívio das restrições
“Estamos a alivar o esforço grande que foi pedido às famílias e aos agentes económicos do Algarve” no consumo de água, “mas isto não deve ser entendido como facilitismo”, afirmou Luís Montenegro, acrescentando que “temos de continuar com políticas de poupança e boa gestão da água”.
O primeiro-ministro sublinhou que “queremos garantir que doravante não serão precisas novas medidas restritivas”. Embora haja “circunstâncias que não dependem de nós, como o clima”, “no que depende de nós, nos hábitos, nos investimentos na eficácia da gestão, tudo faremos para que este alívio corresponda a um caminho que não tem retrocesso”, disse.
O Governo decidiu “aliviar em cerca de 20 hectómetros cúbicos (hm3) a restrição que está em vigor em todas as áreas de actividade, distribuindo 2,65 hm3 de alívio no consumo urbano, 13,14 hm3 de alívio no consumo agrícola e 4,17 hm3 de alívio no turismo”.
Segundo o primeiro-ministro, há “um alívio maior na agricultura” porque foi o sector “que teve uma restrição maior em 2023, quando houve uma redução de disponibilidade de 10% n consumo urbano e de 13% no consumo” agrícola e turístico.
A razão para a decisão de alívio das restrições ao consumo de água resulta de que “a evolução da situação hidrológica foi positiva nos últimos meses”, disse, acrescentando que “em Agosto faremos um balanço das medidas que agora tomámos”.
Agricultura e Mar