As condições climatéricas ocorridas durante a Primavera foram favoráveis ao desenvolvimento das pastagens e promoveram um aumento de biomassa da generalidade das culturas destinadas à alimentação dos efectivos pecuários, diz o Instituto Nacional de Estatística (INE) no seu Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Julho de 2020.
A produção forrageira é superior a um ano normal (globalmente o INE prevê que 20% superior), com impacto positivo nas disponibilidades alimentares das explorações em pastoreio directo e, simultaneamente, na obtenção de alimentos conservados (fenos e silagens), essenciais à alimentação dos efectivos pecuários em épocas de maior carência alimentar.
Junho muito seco
Avançam os técnicos do INE, no seu Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Julho de 2020 que o mês de Junho caracterizou-se, em termos meteorológicos, como muito seco. De facto, a precipitação média de 8,6 mm correspondeu a cerca de ¼ do valor normal (1971-2000) da precipitação em Junho (32,2 mm), situação que tem sido frequente neste século: nos últimos vinte anos, quinze tiveram um Junho com precipitação inferior à normal. Em relação à temperatura, o mês foi normal, com um valor médio (19,4º C) igual à média 1971-2000.
No final de Junho, e de acordo com o índice meteorológico de seca PDSI, verificou-se um aumento da área em seca meteorológica, sendo que a situação de seca fraca ocupa 53% do território (essencialmente no interior Norte e Centro, na região de Lisboa e Vale do Tejo, no Alto Alentejo e Algarve), a de seca moderada 8,1% (maioritariamente no Baixo Alentejo) e a de seca severa 0,2% (na zona de Alvalade do Sado).
O teor de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, diminuiu significativamente face ao final de maio em todo o território.
No interior Norte, na Lezíria do Tejo, no Baixo Alentejo e no Algarve verificaram-se, em áreas extensas, registos inferiores a 20%, havendo mesmo situações próximas do ponto de emurchecimento permanente.
Agricultura e Mar Actual