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Foto: REUTERS/Yannis Behrakis

Jesuítas e Jerónimo Martins colocam 27 jovens refugiados no mercado de trabalho

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) em parceria com o Grupo Jerónimo Martins (GJM) e o Agrupamento de Escolas Pintor Almada Negreiros (AEPAN), encontrou colocação no mercado de trabalho para 27 jovens migrantes que integraram o Capacitação 4 Job, um programa integrado de acções de capacitação profissional para jovens estrangeiros em situação de risco de exclusão social.

O objectivo dos responsáveis do programa é que o sucesso alcançado no Capacitação 4 Job inspire outros empresários e gestores a unirem forças e integrarem futuros projectos com as mesmas características de formação e inclusão. A capacitação para a empregabilidade é um processo muito importante para a integração dos migrantes na sociedade.

O projecto, que teve a duração de 18 meses, formou jovens migrantes em situação de extrema vulnerabilidade através de um programa integrado de formação profissional com actividades no domínio da valorização pessoal para a empregabilidade, nomeadamente, “soft skills” ou aquisição de competências transversais.

Ao todo, o programa apoiou 46 jovens que tiveram a oportunidade de frequentar estágios e acções de voluntariado a que estiveram associado o desenvolvimento de competências pessoais, sociais, relacionais e profissionais, fomentando a participação cívica e integração na comunidade.

Formação prática

O programa incluiu a formação prática em contexto de trabalho em diversas áreas do Grupo Jerónimo Martins, nomeadamente, em lojas “escola” Pingo Doce situadas na Grande Lisboa e na Cozinha Central de Odivelas. Esta formação teve como objectivo, para além da aprendizagem técnica, o desenvolvimento de competências de socialização que lhes serão úteis ao longo de toda a sua vida profissional.

O projecto, enquadrado no Programa Cidadania Activa, que constitui um instrumento de apoio às Organizações Não Governamentais (ONG), é financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants): Noruega, Islândia e Liechtenstein. Em Portugal, a gestão do Programa está a cargo da Fundação Calouste Gulbenkian e o período de execução prolonga-se até ao final de Abril.

De acordo com André Costa Jorge, director do JRS-Portugal, “o sucesso alcançado com este programa poderá servir para desafiar outras empresas a juntarem-se a esta luta de inclusão social das pessoas mais desfavorecidas da nossa sociedade. Queremos inspirar outros empresários a apostar em jovens que precisam desta mão para se realizarem na nossa sociedade, que queremos inclusiva e que sabe acolher”.

Susana Correia de Campos, head of employee relations do Grupo Jerónimo Martins afirma que “foi com enorme empenho e motivação que o Grupo Jerónimo Martins se juntou à JRS neste projecto. Fazer a diferença na vida de alguém que, em condições normais, não teria acesso a um percurso profissional, através de uma oportunidade de trabalho, reforça a importância da nossa intervenção enquanto grande empregador e é sem dúvida, a nossa maior recompensa”.

De acordo com Irene Robalo, coordenadora da Escola EB/JI Alta de Lisboa “beneficiaram com este projecto quer os jovens, quer as crianças que esperavam pelos dias em que havia actividades. Os jovens puderam viver num ambiente em que havia responsabilidade sem a pressão laboral e foram ficando cada vez mais receptivos à opinião e com mais autoconfiança”.

Serviço Jesuíta aos Refugiados
O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS – Jesuit Refugee Service), é uma organização internacional da Igreja Católica, fundada em 1980, sob responsabilidade da Companhia de Jesus. O JRS tem como missão “Acompanhar, Servir e Defender” os refugiados, deslocados à força e todos os migrantes em situação de particular vulnerabilidade.

Em Portugal, o JRS foi criado em 1992 e desenvolve uma intervenção mais directa com a população migrante através de projectos nas seguintes áreas: apoio social a migrantes em situação de grande vulnerabilidade social; apoio psicológico; apoio jurídico; apoio à integração social (CLAII) e à inserção profissional de imigrantes; alojamento de migrantes sem-abrigo, em situação de vulnerabilidade social (Centro Pedro Arrupe); apoio médico e medicamentoso; cursos de língua portuguesa; acções de formação sobre direitos humanos, promoção do diálogo inter-cultural e inter-religioso; apoio psicossocial a migrantes em situação de detenção.

O JRS-Portugal desenvolve igualmente acções de Advocacy, baseadas na reflexão sobre a acção no terreno, a nível nacional e internacional. São exemplos deste trabalho a organização de eventos dedicados ao debate e à defesa dos direitos humanos dos migrantes, nomeadamente dos requerentes de asilo e migrantes irregulares em situação de detenção e dos migrantes destituídos de direitos.

Actualmente, o JRS está presente em cerca de 50 países, prestando apoio em situações de emergência social, e nas áreas da saúde, educação, empregabilidade, entre outras. É prioridade do JRS estar onde mais ninguém está e onde faz mais falta. Em 2009, foram acompanhados pelo JRS cerca de 500.000 migrantes em todo o mundo. Para concretizar este trabalho, o JRS conta com cerca de 1.400 colaboradores, muitos dos quais voluntários, que se dedicam a esta causa e Missão.

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