O IPMA — Instituto Português do Mar e da Atmosfera participa, até Novembro de 2020, no novo projecto europeu de investigação científica CephsandChefs, na área da valorização dos recursos da pesca.
A participação do IPMA envolve as Divisões de Aquacultura e Valorização (DivAV) e de Modelação e Recursos da Pesca (DivRP).
Este projecto financiado pelo programa Interreg da Área Atlântico através dos fundos FEDER, tem por objectivo desenvolver novos mercados e produtos à base de cefalópodes (polvos, lulas, chocos), aumentar a rentabilidade da cadeia de valor e ajudar os pescadores da Área Atlântica a serem mais competitivos.
Mais concretamente, explica fonte institucional do IPMA, o projecto pretende:
- Adicionar valor aos produtos elaborados com cefalópodes, desenvolvendo e promovendo novos produtos, novas iniciativas de mercado (por exemplo a certificação, entre outros) e oportunidades comerciais para o sector.
- Melhorar o conhecimento da cadeia de valor (“do mar ao prato”), os factores que afectam a sustentabilidade a curto prazo (por exemplo, preços baixos, importações, mudanças nos padrões de consumo, entre outros) e desenvolvimento de potenciais mercados a longo prazo.
- Melhorar o conhecimento sobre hábitos alimentares, padrões de consumo e aceitação de novos produtos à base de cefalópodes por parte dos consumidores na Europa do Norte e do Sul.
- Garantir a sustentabilidade dos recursos e da actividade pesqueira avaliando o estado das populações, pescarias e ecossistemas usando indicadores biológicos e socioeconómicos.
Portugal, Espanha, França, Irlanda e Reino Unido
O projecto inclui parceiros de institutos de investigação, universidades, indústria pesqueira e Organizações não-governamentais (ONGs) de todos os Estados-membros na região da Área Atlântica (Portugal, Espanha, França, Irlanda e Reino Unido).
Desafio Comum
Segundo os responsáveis pelo projecto CephsandChefs, segurança alimentar, desenvolvimento sustentável e diversificação de pescas são temas estrategicamente importantes na UE.
As frotas da Área Atlântica são excessivamente dependentes de um pequeno número de espécies comerciais de “valor elevado”, algumas das quais começam a tornar-se economicamente inviáveis devido a abundância reduzida e regulamentação rigorosa.
Uma forma de enfrentar este desafio consiste em alargar o interesse para espécies sub-exploradas e sem quota definida, como os cefalópodes (polvos, lulas e chocos) que são pescadas na Área Atlântica e apresentam desafios similares (trans-nacionais) como problemas na identificação de espécies, falta de avaliação do estado das populações e competição com importações de baixo custo.
No entanto, dizem ainda os responsáveis pelo projecto, existem mercados muito diferentes para estas espécies: o mercado “tradicional” do sul da Europa, bem desenvolvido para cefalópodes (ex. Espanha, Portugal. Espanha importa cefalópodes do norte da Europa).
Mercados estão ainda sub-desenvolvidos
Outros mercados estão ainda sub-desenvolvidos (“emergentes”) e requerem investimento para promover o aumento do consumo destes produtos. Assim, a frota Irlandesa descarrega as capturas de cefalópodes directamente em Espanha, mas esta prática poderá ser sub-óptima.
Os preços baixos dos produtos da pesca representam um problema no sector. É necessária uma estratégia informada para adicionar valor aos produtos de cefalópodes (ex. certificação sustentável).
A segurança alimentar depende da sustentabilidade das pescas e das populações pescadas, a longo prazo, bem como da minimização dos danos causados ao Ambiente.
Os desafios abordados neste projecto estão alinhados com o Plano Atlântico da Área Atlântica e o projecto informará também sobre futuras políticas relacionadas com estes recursos.
Agricultura e Mar Actual