O Grupo RAR registou, de acordo com o seu relatório e contas de 2019, hoje divulgado 1 de Julho), um volume de negócios de 781 milhões de euros, com EBITDA de 60 milhões de euros e resultados líquidos a atingirem 3,4 milhões de euros.
Num clima de abrandamento do ritmo de crescimento da economia mundial, o Grupo RAR apresentou uma rendibilidade recorrente dos seus negócios marginalmente aquém da de 2018, ao mesmo tempo que o endividamento líquido se manteve estabilizado em 213 milhões de euros.
Colep
Em termos globais, a Colep teve um ano com alguma melhoria dos seus níveis de rendibilidade recorrente. Registou, na Divisão de Consumer Products, em 2019 e na Europa, uma recuperação face ao ano anterior, muito suportada pelo “trabalho sobre eficiências operativas, na área da melhoria contínua”.
A Divisão de Packaging conseguiu manter uma performance ao nível do ano anterior, através de “uma adequada gestão dos seus custos de operação”. No que diz respeito ao negócio de embalagens General Line, “tem sido possível manter a competitividade e posições de mercado e, simultaneamente, a sua rendibilidade operacional”.
Já na Divisão de Healthcare, o ano de 2019 foi marcado pela consolidação da sua rendibilidade, “ancorada num portefólio de clientes e projectos em boa evolução, permitindo encarar a sustentabilidade deste negócio a longo prazo em bases cada vez mais sólidas”. A Colep tomou, ainda, a decisão de descontinuar a sua operação de enchimento de líquidos em Bad Schmiedeberg, na Alemanha, que, em 2019, teve um impacto negativo na sua rendibilidade.
O programa de Continuous Improvement que se encontra a decorrer, “trará uma acrescida competitividade para toda a empresa”.
Vitacress
Quanto à Vitacress, teve um ano muito forte, com crescimento de rendibilidade em todas as unidades de negócio e reforço das posições de liderança de mercado, nas saladas, em Portugal, e nas ervas aromáticas frescas, no Reino Unido.
A operação centrada nos Países Baixos teve um crescimento importante, o que “faz antever novas pistas de desenvolvimento no centro da Europa. Uma performance justificada pelo foco permanente na inovação e na forte integração de toda a supply chain, desde o campo até à prateleira e ao cliente”.
A empresa continua a acentuar os seus investimentos em várias áreas, não só em instalações e equipamentos, mas também em automação, em técnicas de cultivo e em matérias de sustentabilidade, possibilitando à Vitacress assumir-se como uma “campeã ambiental”.
RAR Açúcar
Por sua vez, a RAR Açúcar teve “um ano desafiante, com preços de venda enfraquecidos face aos custos da matéria-prima, algo que também impactou a generalidade dos operadores europeus”. A situação inverteu-se no último trimestre, fazendo antever “um próximo ano bastante mais promissor”.
Em 2020, a empresa está a apostar na “descomoditização” dos seus produtos, desenvolvendo a sua presença em segmentos de maior valor acrescentado, ao mesmo tempo que lançou uma série de iniciativas para aumento da eficiência operacional em várias áreas que, já no final de 2019, começaram a revelar os primeiros sinais positivos.
RAR Imobiliária
O ano de 2019 foi bastante positivo para a RAR Imobiliária. Concluíram-se as vendas do projecto “Edifício do Parque” e a alienação de património de valor significativo, continuando em bom ritmo o desenvolvimento do projecto “Quinta do Paço Lumiar”, do qual já foram vendidas mais de três quartos das moradias que o constituem.
Por outro lado, está em fase de licenciamento o projecto “Novo Parque”, que depois de uma fase de pré-venda arrancará a sua comercialização muito em breve.
Acembex
Por último, a Acembex manteve a sua posição de maior importador de cereais e co-produtos em Portugal. Tem tido crescente actividade em segmentos como o pet food e cereais biológicos, fornecendo várias multinacionais europeias. “Dada a sua experiência no controlo e rastreabilidade ao longo da cadeia de fornecimento, é, cada vez mais, um player relevante”.
A administração do Grupo RAR realça que a pandemia de Covid-19 “teve impactos directos e quase imediatos nas economias internas de cada país e gerou uma crise mundial sem precedentes, situação que está a desafiar o Grupo RAR a reagir às ameaças e a aproveitar novas oportunidades na gestão das suas operações, cadeias de valor e colaboradores”.
Com a informação disponível à data quanto ao impacto previsível da pandemia, o Grupo RAR fez uma análise de cenários, quer a nível operacional, quer em termos de necessidades de financiamento. “Concluiu-se que, graças à sua exposição ao sector alimentar e ao tipo de produtos de grande consumo fabricados pela Colep, as operações do Grupo RAR são bastante resilientes”.
Por outro lado, “a inversão da situação do sector açucareiro europeu, as boas perspectivas sustentadas pela competitividade da Vitacress e o reajustamento da reestruturação da Colep, permitem perspectivar um ano de 2020 com melhoria da rendibilidade, mesmo considerando os efeitos da Covid-19”.
Agricultura e Mar Actual