O processo para a criação do Instituto da Vinha e do Vinho dos Açores, de abrangência regional, está concluído. A nova estrutura, que terá sede na Ilha do Pico, é criada para melhor responder aos desafios do sector vitivinícola. O anúncio foi feito hoje, 17 de Junho, pelo secretário Regional da Agricultura e Florestas, João Ponte.
Com esta estrutura pretende-se obter ganhos de eficiência e eficácia na resposta às necessidades existentes, bem como reforçar a aposta na qualidade, na autenticidade e na genuinidade do vinho dos Açores.
“Além da elaboração de um estudo sobre a necessidade da criação deste Instituto e sobre os seus efeitos relativamente ao sector onde vai exercer a sua actividade, a Secretaria Regional da Agricultura e Florestas, com o apoio de um grupo de trabalho criado para o efeito, também já concluiu a proposta de Decreto Legislativo Regional que cria o Instituto da Vinha e do Vinhos nos Açores e o Decreto Regulamentar Regional que aprovará os respectivos estatutos”, afirmou João Ponte, acrescentando que os diplomas serão em breve remetidos ao Conselho do Governo.
Missão
O governante, que falava à margem da visita a um projecto privado de vitivinicultura na Ilha do Faial, adiantou que o Instituto da Vinha e do Vinho dos Açores terá por missão a definição, coordenação e execução da política de valorização e preservação da vinha, do vinho e das bebidas espirituosas produzidas na Região Autónoma dos Açores, assim como da política de promoção e divulgação dos respectivos produtos vitivinícolas.
O Instituto da Vinha e do Vinho dos Açores vai integrar instituições ligadas ao sector, nomeadamente a CVR Açores e o Laboratório Regional de Enologia, bem como as competências das direcções regionais da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e dos Serviços de Desenvolvimento Agrário afectos ao sector da viticultura.
Para João Ponte, justifica-se, assim, a existência de um organismo que funda as competências pertencentes a algumas das estruturas que actualmente trabalham de forma independente, que racionalize e rentabilize os meios e os recursos afectos às mesmas, que permita uma maior integração e interligação de todas as respostas que o sector necessita e que promova os produtos vitivinícolas regionais de forma concertada, em suma, que potencie sinergias, com benefícios acrescidos para todos os agentes intervenientes no sector.
Sector altamente concorrencial
O secretário Regional salientou que a vitivinicultura é um sector altamente concorrencial que, à medida que ganha escala e conquista prestígio, responsabiliza cada vez mais todos os agentes e entidades envolvidos na respectiva fileira, pelo que é necessário a Região dar este passo, que se enquadra no processo de modernização e de optimização do funcionamento da Administração Pública Regional.
“O sector vitivinícola regional depara-se com importantes desafios, fruto do forte impulso que conheceu nos últimos anos, quer por força da reabilitação de muitos hectares de vinha, surgimento de novos vinhos e produtos vitivinícolas que se têm vindo a afirmar no mercado devido à sua singularidade e qualidade”, afirmou João Ponte.
O secretário Regional acrescentou que, “além disso, a pandemia trouxe-nos novos desafios, desde logo ao nível da comercialização e da sustentabilidade do sector”, referiu João Ponte, considerando que se impõe uma nova estrutura para todo este sector, moderna e capaz de dar uma resposta adequada a todos os agentes envolvidos, desde a produção, passando pela transformação e até à comercialização.
Agricultura e Mar Actual