A fileira do azeite representava em 2022 perto de 10% do valor da produção agrícola nacional, segundo os dados da Pordata. “Podemos afirmar que, no cenário de forte crise económica que o País atravessou na última década, este foi um dos principais pilares da resiliência demonstrada pela agricultura nacional”, refere o estudo “Olivicultura O motor da (r)evolução agrícola nacional”, elaborado pela Consulai – Consultadoria Agro-Industrial e da Juan Vilar Consultores para a Olivum —Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal.
“Apesar de manter uma área praticamente estável ao longo dos anos, a fileira do azeite, englobando a produção de azeitona e a produção de azeite, tem crescido de forma muito significativa na última década, destacando-se como o motor da valorização dos produtos agrícolas em Portugal, apesar de ainda existir bastante margem de progressão nos próximos anos”, adiantam os autores do estudo, apresentado no passado dia 13 de Junho no Seminário “Azeite em Perspectiva: Inovação, Sustentabilidade e Futuro”, promovido pela Olivum, no âmbito da Feira Nacional de Agricultura..
E realçam que “se considerarmos a fileira do azeite, e considerando a média do último triénio (2020-2022), podemos estimar um volume de negócios superior a 850 milhões de euros, o que representa um valor de, aproximadamente, o dobro do volume de negócios do triénio 2014-2016”.
Exportações
Por outro lado, frisam, “apesar de existir a ideia de que, no sector do azeite, Portugal tem uma forte vertente exportadora, a verdade é que só nos últimos anos, e fruto da recente modernização sectorial, é que fomos capazes de inverter a enorme dependência de importações”.
As exportações nacionais atingiram, em 2022, um valor superior a 930 milhões de euros, colocando Portugal como o 3º maior exportador mundial de azeite. “O sucesso deste sector é bem marcado pelo seu desempenho exportador: em 20 anos, as exportações de azeite aumentaram 12 vezes em volume e 18 vezes em valor”.
Isto quando em 2005, Portugal, “para satisfazer a procura interna, importava quase 60.000 toneladas de azeite, pois só produzia cerca de 30.000 toneladas e, dessas, exportava 23.300 toneladas. Esta situação, apesar do aumento de produção verificada, manteve-se até 2014; esse foi o primeiro ano em que as exportações, em quantidade, ultrapassaram o valor das importações”, adianta o estudo.
No entanto, “em valor, já se tinha verificado essa inversão desde 2011, pelo facto de termos um valor médio de exportação de azeite superior ao valor médio de importação. Desde 2018, as exportações nacionais de azeite têm crescido de forma muito consistente”.
Pode ler o estudo “Olivicultura O motor da (r)evolução agrícola nacional” aqui.
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