A Feira Nacional de Artesanato (FNA) de Vila do Conde assinala, este ano, a sua 40ª edição consecutiva. De 22 de Julho a 6 de Agosto, o evento organizado pela Associação para Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde e Câmara Municipal de Vila do Conde, vai reunir mais de duas centenas de artífices nacionais.
Este ano, a Feira dedica particular atenção às rendas de bilros, secular tradição de Vila do Conde e que esteve na origem da criação do evento. E recebe o Ceará como convidado especial e aquele Estado Brasileiro estará representado em Vila do Conde não só pelo artesanato, mas também pela gastronomia e pela música.
Inspirado no livro-reportagem “Mãos que fazem História”, o Ceará vai apresentar os produtos que nascem das mãos das mulheres artesãs cearenses, em diferentes tipologias: barro, rendas, linhas, fibras, tecidos, miscelânea, indígena e redes. “Mãos que fazem História” é fruto de uma série de reportagens publicada pelo Diário do Nordeste. As jornalistas Cristina Pioner e Germana Cabral percorreram 11 mil quilómetros, estiveram em 71 cidades e entrevistaram 243 artesãs. Desse universo, 150 ilustram o livro com seus trabalhos e suas trajectórias de vida.
A celebração do 40º aniversário da Feira Nacional de Artesanato será, igualmente, assinalada com a realização da exposição “40 Anos, 40 Ícones do Artesanato Português”, concebida propositadamente para o certame, e que “invadirá” as montras da cidade de Vila do Conde.
No mesmo recinto, as também já tradicionais Jornadas Gastronómicas permitem percorrer os diferentes sabores das regiões do País.
A origem da Feira
Na década de 70 do século XX, com a extinção das “mestras” (oficinas de produção de rendas onde se reuniam várias rendilheiras, orientadas no seu trabalho diário por uma rendilheira mais experiente e dona do espaço), as rendilheiras passam a trabalhar de modo isolado e autónomo e vendem o seu produto directamente ao cliente ou a intermediários, o que veio a revelar-se um trabalho pouco rentável e em acentuado decréscimo. Foi neste cenário pouco promissor para a produção das rendas de bilros que surgiu, em 1978, a 1ª Feira Nacional de Artesanato de Vila do Conde e, em 1984, a Associação Para Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde, entidade que organiza o evento.
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