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Empresas de cruzeiros preocupadas com atraso do projecto de electrificação da Linha do Douro

O concurso para a elaboração do projecto de electrificação do troço Marco-Régua da Linha do Douro, transcorridos dois meses sobre as declarações proferidas pelo ministro do Planeamento e Infra-estruturas à comunicação social sobre o assunto, ainda não tem data marcada. As empresas de cruzeiros fluviais Barcadouro, Rota do Douro e Tomaz do Douro estão preocupadas e entenderam pronunciar-se publicamente sobre a situação.

Dois meses depois de ter anunciado, na Régua, que o concurso público para a elaboração do projecto de electrificação do troço da Linha do Douro entre o Marco de Canaveses e a Régua seria lançado até ao fim de Janeiro, está previsto que o ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, volte esta sexta-feira ao Norte. Estará hoje, 17 de Março, em Valença para “apresentar a empreitada de electrificação” do troço da Linha do Minho que ainda não entrou em obra, entre aquela cidade raiana e Viana do Castelo.

“Nada tendo a dizer sobre o processo relativo à modernização desta ligação ferroviária a Espanha, constata-se, com preocupação, que continua sem ser lançado o procedimento concursal oficialmente prometido no dia 16 de Janeiro, quando as empresas de cruzeiros fluviais Barcadouro, Rota do Douro e Tomaz do Douro e a CP formalizaram um acordo que veio restabelecer a cooperação entre as duas partes e vai melhorar a resposta à procura turística pelo destino Douro já a partir do próximo 1 de Maio, sem afectar a mobilidade das populações”, dizem os empresários através de comunicado.

Sabendo apenas que a Infraestruturas de Portugal ainda aguarda autorização da respectiva tutela para abrir concurso para a elaboração do projecto de electrificação do troço Marco-Régua, as gerências das três empresas de turismo fluvial – que em 2016 continuaram a ser os três maiores operadores marítimo-turísticos do segmento de cruzeiros diários no rio Douro – “não podem deixar de manifestar a sua estranheza face ao arrastar da situação”.

Atrasos do Ferrovia 2020

O cronograma de execução do programa Ferrovia 2020 no que toca à Linha do Douro “já estava em causa, nomeadamente com os atrasos registados nas obras de electrificação do troço entre Caíde e o Marco de Canaveses. Continuando os prazos a resvalar no que se refere ao troço seguinte, o mais provável é que a obra acabe por descarrilar e só em 2021, para lá do fim da execução prevista do Portugal 2020, haja comboios eléctricos a circular entre o Porto e a Régua”, acrescenta o mesmo comunicado.

“Ora, a insuficiente atenção dada ao Douro pelos nossos decisores públicos tem consequências gravosas”, garantem aqueles empresários. Desde logo, para “a mobilidade das populações do Alto Douro Vinhateiro e para o funcionamento do serviço urbano e das redes regional e inter-regional da CP no interior do distrito do Porto. Mas, também afectará a atractividade da marca turística Douro e a dinamização da economia regional, condicionando opções de investimento, público e privado, e as escolhas dos cidadãos, nacionais e estrangeiros, que um dia sonharam mudar-se ou ter uma segunda casa numa região com tantos atractivos patrimoniais e ambientais e que é Património Mundial”.

Todas estas “dúvidas e preocupações, mas também o apego e a confiança no futuro do Douro”, levam as gerências das três empresas a solicitar “publicamente ao Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas que confira à da Linha do Douro a mesma atenção e tratamento que tem dispensado aos projectos ferroviários que servem outros territórios e comunidades”.

Aproveitam ainda a oportunidade para reiterar aos durienses e transmontanos – a começar pelos seus autarcas e comunidades inter-municipais, passando pelos deputados que os representam na Assembleia da República, organismos descentralizados da Administração Pública com presença na região, instituições do Sistema Científico e Tecnológico, agentes culturais, movimento associativo e forças da economia real – a sua “disponibilidade para integrar e ajudar a suportar uma plataforma cívica, aberta a todos, que acompanhe de perto e monitorize o projecto de modernização e electrificação da Linha do Douro até à Régua, para evitar mais desigualdades relativas e acautelar o futuro de um território que pode vir a ter no turismo um centro de proveitos tão relevante como o vinho ou o seu magnífico património ambiental”.

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