A Região Demarcada do Douro vai transformar 114.900 pipas de mosto em vinho do Porto nesta vindima, mais 3.900 pipas do que na anterior campanha, anunciou o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto.
O conselho inter-profissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), com sede no Peso da Régua, distrito de Vila Real, fixou em 114.900 o número de pipas (550 litros cada) a beneficiar nesta vindima (quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto), segundo a Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal, que cita a Lusa.
Em 2015, foram transformadas 111.000 pipas de vinho do Porto na mais antiga região demarcada do mundo. “Este aumento do benefício é uma boa notícia para a região”, afirmou à Lusa o presidente do IVDP, Manuel de Novaes Cabral. Segundo o responsável, desde 2011 que o benefício tem vindo continuadamente a subir. “Tem havido um crescimento constante, sustentado, o que dá nota de um momento bom para o vinho do Porto e para a região”, salientou.
A fixação do benefício foi o principal resultado do comunicado de vindima aprovado pelo conselho inter-profissional, onde marcam presença os produtores e o comércio. O valor final foi aprovado por unanimidade pelas duas profissões.
António Saraiva, presidente da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), referiu que o acordo “não foi fácil”, mas frisou que, no final, o “bom senso imperou” e “o bem comum foi o mais importante”.
“Há uma necessidade qualitativa das empresas de refrescar lotes e é um bom sinal para a produção, porque sabemos que há menos uvas e a Denominação de Origem Douro sairá mais valorizada. Em termos económicos é um sinal importante para a região”, defendeu.
Também António Lencastre, da Federação Renovação do Douro, representante da produção, afirmou que este é o “valor que a região precisa para garantir as vendas e para garantir a renovação dos stocks”. “Não é o gostaríamos mas é o que é possível. Temos que ter o cuidado para que, com o crescimento, não criarmos excedentes que amanhã nos tragam adversidades”, sublinhou.
Mosto, a maior fonte de receita
O benefício, ou seja, a quantidade de mosto (sumo da uva que não sofreu fermentação) que é destinada à produção de vinho do Porto é considerado pelos viticultores do Douro como a sua “maior fonte de receita”, chegando a representar, em alguns acasos, “100% do rendimento”.
Para se fixar o benefício são avaliados vários parâmetros, como as previsões de produção, que este ano apontam para uma quebra que pode rondar os 30%, devido às doenças na vinha e granizo, as expectativas de comercialização e os níveis de stock.
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