A seca severa que assola Portugal há meses está também a afectar o Douro, provocando situações pontuais de “stress hídrico extremo” nas videiras. Assim, os viticultores estão a antecipar as vindimas, mas, apesar da seca, o Douro prevê uma boa vindima, quer em termos de qualidade quer em quantidade.
Carlos Pereira, da divisão de vitivinicultura da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), disse à agência Lusa, citada na página de Internet da Confagri, que o ano vitícola no Douro se caracteriza pela “seca prolongada” e que, desde Junho, a região está também em “seca severa”.
Segundo o boletim climatológico do IPAM – Instituto Português do Mar e da Atmosfera, quase 79% de Portugal continental encontra-se em situação de seca severa e extrema. As videiras durienses já estão habituadas ao clima seco e quente, mas este ano choveu na região menos 50% do que num ano médio.
Falta de água
Carlos Pereira ressalvou que o stress hídrico, ou seja de falta de água, não é um problema no Douro precisamente porque as videiras já estão habituadas, no entanto referiu que se verificam “situação pontuais de stress hídrico exagerado”. Aquele responsável adiantou que “em algumas situações está a criar stress hídrico exagerado, está a criar alguns problemas de desfolha precoce e também de paragens de maturação. Isto em situações pontuais”.
Estes casos verificam-se, por exemplo, em vinhas do Douro Superior e do Cima Corgo, em que as videiras estão viradas a sul e com mais exposição solar, ou em vinhas novas.
Carlos Pereira acrescentou ainda à Lusa que a nível sanitário não se verificaram problemas na vinha, quer doenças ou pragas. Espera-se também um aumento da produção significativo na região.
Agricultura e Mar Actual