A “Ficha de Mercado do Brasil” (Junho 2016), agora publicada pela Aicep, faz uma análise da economia brasileira, das relações económicas Portugal-Brasil e das condições de acesso ao mercado, apresentando também um conjunto de informações úteis para exportadores e investidores nacionais.
No último ano, o conjunto das exportações portuguesas de bens e serviços para o Brasil atingiram cerca de 1,5 mil milhões de euros, sendo de sublinhar que existe uma maior relevância das exportações de serviços face às de bens. As exportações portuguesas de bens para o mercado cresceram em média 0,2% entre 2011-2015, enquanto as de serviços registaram um decréscimo médio de 0,5%. O Brasil ocupou a 12ª posição no ranking de clientes de Portugal e a 11ª no de fornecedores em 2015, com quotas de 1,1% e 1,4%, respectivamente.
Com cerca de 204 milhões de habitantes, o Brasil foi a 9ª economia mundial e a 1ª da América Latina em 2015. No último ano, a economia brasileira entrou em recessão, tendo o PIB contraído 3,8% (comparando com uma quebra de 0,1% no conjunto das economias da América Latina e Caraíbas). As previsões do “EIU- The Economist Intelligence Unit” a curto/médio prazo apontam para uma contracção da economia em 2016, da ordem de 3,7%, seguindo-se uma retoma modesta a partir de 2017 (+0,9%). As últimas previsões do FMI (WEO Abril 2016) apontam para uma evolução menos favorável, com o PIB a contrair 3,8% em 2016 e um crescimento nulo em 2017.
O 25º importador mundial de bens em 2015
O Brasil foi o 25º importador mundial de bens em 2015 e o 19º importador de serviços. Segundo as previsões do EIU, as importações brasileiras de bens e serviços deverão continuar a contrair no corrente ano (-2,9%), prevendo-se que a situação se venha a inverter em 2017 (+5% em 2017).
No que se refere aos fluxos de investimento directo estrangeiro (IDE) captados pelo Brasil, têm vindo a desacelerar desde 2012, tendo atingido 62,5 mil milhões de USD em 2014 (o país foi o 6º receptor de IDE a nível mundial, com uma quota de 5,1 por cento do total, dados da UNCTAD).
A situação de instabilidade política e a crise económica que o Brasil atravessa, vieram aumentar o risco para os investidores estrangeiros. Segundo o “FDI Confidence Index 2016”, da A.T. Kerney (que analisa o impacto das alterações políticas, económicas e regulamentares em termos de intenções de investimento, a médio prazo, por parte das grandes empresas) o Brasil desceu para a 12ª posição do ranking em 2016 (após ter ocupado a 3ª em 2013), entre 25 países. Já de acordo com o relatório “Doing Business Report 2016”, do Banco Mundial, o Brasil desceu cinco posições, ocupando o 116º lugar do ranking (numa lista de 189 países) relativamente ao ambiente de negócios “Ease of doing business”.
Mercosul
De destacar, ainda, que no âmbito tarifário, após anos de suspensão do diálogo, em maio de 2010 a União Europeia e o Mercosul (do qual faz parte o Brasil) retomaram as negociações para a celebração de um Acordo de Associação Inter-Regional que, entre outras matérias, visa a eliminação das barreiras tarifárias, não existindo, no entanto, data certa para a conclusão das mesmas. Actualmente as partes estão a analisar as propostas sobre comércio de bens e serviços e contratação pública trocadas recentemente a 11 de Maio de 2016 (informações actualizadas sobre as negociações em curso podem ser obtidas no Overview of Ongoing Negotions).
Pode consultar o documento aqui.
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