A primeira edição do “Blue Biotech Hackathon” decorreu durante o passado mês de Outubro (18, 19 e 20) na Universidade do Algarve e na Sala Azul, em Albufeira. Na Universidade do Algarve realizaram-se seminários, brainstorming e a formação de equipas, sendo que em Albufeira o programa sob o lema “junte-se a nós para inovar e criar soluções na Biotecnologia, Ciência e Indústria”, contemplou a apresentação de projectos e respectivos resultados perante um júri nomeado para o efeito.
O projecto vencedor “App de Monitorização das Águas Subterrâneas” baseou-se na criação de “app meteorológica” destinada à monotorização dos níveis das águas subterrâneas no Algarve, com apresentação dos dados de monotorização mensais da APA – Agência Portuguesa do Ambiente. A aplicação, que utiliza dados fictícios, está disponível aqui.
Em segundo lugar ficou o projecto “Estado das Pescas” que consiste na criação de um painel interactivo que compila as capturas de peixe e os esforços de pesca no Atlântico, utilizando os dados do IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera, de modo a destacar as tendências da sobrepesca, avança uma nota de imprensa da autarquia de Albufeira.
O terceiro foi atribuído ao projecto “IA para a Agricultura” que se prende com o desenvolvimento de um modelo de aprendizagem profunda para prever o teor de açúcar na Pêra Rocha, com base em medições não invasivas do CEOT – Centro de Investigação sediado na UALg.
Para além dos prémios, foram atribuídas 3 Menções Honrosas aos seguintes projectos: Restauração de ervas marinhas, através de simuladores da Inductiva.AI, com que a equipa explorou os locais ideais para restaurar ervas marinhas na Ria Formosa; “Simulações de stocks de peixes”, em que apenas em algumas horas, os engenheiros da Inductiva.AI e um membro do IPMA converteram as simulações de stocks de peixes oceânicos do IPMA para computação de alto desempenho, abrindo a porta a políticas mais eficientes e melhores modelos; e, por último, o projecto “Segurança Alimentar” através da apresentação de uma proposta destinada a detectar a contaminação bacteriana em plantações, utilizando métodos ópticos e inteligência artificial.
O Desafio de Monitorização das Pescas lançado pelo IPMA teve por principais objectivos reunir dados sobre as capturas, que posteriormente servem para rastrear a abundância das grandes espécies migratórias, bem como o estado dos stocks pesqueiros, referiu Rui Coelho, coordenador do Grupo de Grandes Migradores do IPMA. Refira-se que com a iniciativa procurou-se “desenvolver uma ferramenta de visualização informativa, não só para os cientistas, mas também para o público em geral.
A terminar o evento, o Município de Albufeira realizou uma sessão pública de pitching, aberta ao público, na praia do Inatel.
O presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, destaca “a importância do evento pelo facto de reunir na cidade, durante dois dias, biólogos, cientistas de dados, engenheiros e a indústria, sectores que diariamente enfrentam diversos desafios, para os quais os técnicos tentam encontrar em conjunto soluções com impacto na ciência e tecnologia marinha”.
José Carlos Rolo refere que “o Turismo é a principal actividade do concelho e da região”, chamando, no entanto, a atenção para “a necessidade de diversificar a base da economia, nomeadamente em áreas que se prendem com as pescas, a agricultura, a ciência e a indústria, entre outras áreas”.
O evento, organizado pelo Centro de Ciências do Mar (CCMAR); Município de Albufeira; Algarve Tech Hub; Geek Sessions Faro e Local Foundation contou, também, com as seguintes parcerias: PhytoBloom – Microalgas de Necton; Inductiva.Al; Madre Fruta; APA – Agência Portuguesa do Ambiente; IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera; Blue-Cloud 2026; CRIA; CCDR Algarve; GreenColab; Faculdade de Economia da Universidade do Algarve e CGD de Faro.
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