Os viticultores do Douro queixam-se de elevados prejuízos nas vinhas por causa da “chuva torrencial e granizo” que atingiram ontem 11 aldeias do concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real.
O presidente da Câmara de Sabrosa, José Marques, afirmou que vai pedir para que os técnicos da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN) se desloquem “o mais rapidamente possível ao terreno para efectuarem uma avaliação dos estragos”. José Marques referiu ainda que a força da água “era tremenda” e também provocou estragos na parte baixa da sede de concelho.
Sérgio Gonçalves chegou ao final da tarde a Souto Maior e encontrou a sua vinha, inserida na Região Demarcada do Douro, “completamente destruída”.
“Tenho meio hectare e este era o primeiro ano de produção que ia entregar na adega e perdeu-se tudo. Estava a trabalhar na barragem do Tua e lá não aconteceu nada disto”, afirmou o pequeno produtor à agência Lusa, referindo-se à quantidade de chuva, segundo o site da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal.
Foi quase uma hora de chuva intensa, acompanhada de granizo, que “esfarraparam as folhas das videiras, quebraram as varas e deitaram os cachos das uvas ao chão”. “Agora é tratar as videiras para o ano darem alguma coisa. Cicatrizarem para o próximo ano. Tenho seguro. Mas é chato andarmos a trabalhar para chegarmos e vermos tudo destruído”, lamentou.
O presidente da Câmara de Sabrosa, José Marques, andou ao final de tarde pelo concelho a ver os estragos provocados pelo mau tempo que atingiu 11 aldeias das freguesias de Souto Maior, Sabrosa e Vilarinho de São Romão.
“De facto é desolador ver que há aqui vinhas que estão profundamente afectadas. Presumo que temos aqui uma situação em que a produção está completamente comprometida”, disse à Lusa.
Em Souto Maior, o autarca disse que pode “ver uma dimensão significativa de vinhas fortemente atingidas e depois as também hortas completamente desfeitas”.
“Nota-se e bem os efeitos do granizo. As videiras estão esfarrapadas, estão fustigadas pelo granizo, pelo temporal que se abateu sobre elas. As videiras estão derreadas e nota-se que foram fortemente atingidas na folhagem e no próprio caule da planta”, descreveu.
Agricultura e Mar Actual