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Mil investigadores juntos na procura de inovações no agro-alimentar

Três instituições da área agro-alimentar, florestal e veterinária formaram um consórcio com mais de mil investigadores para ajudar a indústria no reforço da sua competitividade e na aposta na segurança alimentar.

O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) da Universidade Nova de Lisboa e Instituto de Biologia EXperimental e Tecnológica (IBET) são as três instituições da parceria AGRO- TECH Campus de Oeiras.

“Dada a relevância do sector agro alimentar e florestal em Portugal, que está a crescer e a exportar acima da média nacional e a criar bastante emprego, resolvemos reforçar as nossas competências neste domínio” e constituir o consórcio, disse à agência Lusa o presidente do INIAV, segundo consta no site da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal.

Nuno Canada explicou que se trata de “unir esforços no sentido de ajudar a fileira agro alimentar e florestal e focar a capacidade instalada nas suas necessidades”.

O consórcio, que foi apresentado no passado dia 17 de Junho, “vai ser o maior campus da ciência e tecnologia do país na área agro alimentar e florestal e diferencia-se pela sua dimensão – vamos ter mais de mil investigadores focados nestas áreas do conhecimento”, avançou o responsável.

Laboratórios nacionais de referência de saúde animal

As entidades concentram, segundo Nuno Canada, “um conjunto alargado de infraestruturas únicas no País”, como os laboratórios nacionais de referência de saúde animal, sanidade florestal e segurança alimentar, e instalações piloto, que “permitem fazer experimentação num nível avançado” e desenvolver soluções inovadoras, conhecimento a transferir para a indústria.

O campus de ciência e tecnologia, que ficará em Oeiras, permite também a prestação de serviços diferenciados ao sector produtivo e à indústria e a formação de recursos humanos altamente qualificados.

Os investigadores vão orientar a actividade para “as necessidades das empresas portuguesas, em particular aquelas que têm maior incorporação de tecnologia e maior potencial exportador e necessitam de maior apoio para a sua diferenciação e internacionalização”, realçou o presidente do INIAV.

Com base em toda a cadeia de valor, vão desenvolver “novas soluções de diagnóstico numa lógica de contribuir para uma maior segurança alimentar e uma melhor saúde dos animais, sanidade vegetal e saúde pública”.

Um dos exemplos apontados por Nuno Canada é o trabalho relacionado com a biotecnologia e bioeconomia no desenvolvimento de produtos nutracêuticos (produtos com características alimentares e benéficos para a saúde) e farmacêuticos, a partir de produtos de origem vegetal.

O especialista recordou que os grandes desafios no agro-alimentar se relacionam com o aumento da procura de alimentos devido ao crescimento da população, à maior capacidade de consumo das classes médias dos países emergentes, à migração para as cidades e às mudanças dos padrões de consumo.

“O aumento do consumo tem de ser acompanhado por um aumento proporcional da produção e há um conjunto de constrangimentos a esse nível, como as alterações climáticas, as novas doenças dos animais e das plantas e a escassez de terra disponível”, resumiu o presidente do INIAV.

E realçou que a intensificação da produção agrícola tem de ser sustentável, em termos ambientais, mas também económicos e sociais.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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