A economia portuguesa cresceu 0,2% no primeiro trimestre. “Mas, se é certo que o ritmo de crescimento se manteve igual ao trimestre anterior, o padrão alterou-se substancialmente. Ao contrário do trimestre precedente, a procura interna registou um aumento expressivo, suportada pela expansão do consumo privado e, em menor magnitude, pelos gastos públicos. Deste crescimento resultaria um impulso à actividade de 0,9 p.p., no entanto, a elevada componente importada do consumo (note-se que o consumo de bens duradouros registou a taxa de crescimento trimestral mais elevada desde 1996: 11,2%) implicou um contributo negativo da procura externa líquida de 0,7 p.p., limitando assim a expansão do PIB a apenas 0,2%”, diz a analista do Millennium bcp, Márcia Rodrigues.
Numa nota a que dá como título “Consumo pujante e investimento fraco”, Márcia Rodrigues afirma que em termos homólogos, a taxa de crescimento passou de 1,3% para 0,9%, o que representa o ritmo de crescimento mais fraco entre os países da área do euro, com excepção da Grécia. “Este desempenho reflecte a fragilidade do investimento, que caiu 0,6%, após dez trimestres consecutivos de expansão, sendo de destacar a persistência da tendência de queda do investimento em máquinas e equipamentos, que nos últimos três trimestres se contraiu 7,3%, em termos acumulados. Do lado da oferta, os sinais de perda de vigor são visíveis na estagnação da indústria, na retracção da construção e no abrandamento dos serviços”, adianta.
PIB tem de crescer 0.85% em cada trimestre
Em face do fraco crescimento observado no primeiro trimestre, “será necessário que o PIB cresça 0,85% em cada dum dos próximos trimestres para que o objectivo anual de 1,8% definido no OE 2016 seja atingido”, realça aquela analista.
Agricultura e Mar Actual