A importância relativa do Valor Acrescentado Bruto (VAB) do ramo agrícola no VAB nacional diminuiu na generalidade dos Estados-membros da União Europeia entre os triénios 2005-2007 e 2018-2020 (valores provisórios para este último). Mas o peso da agricultura na economia em Portugal foi superior ao observado na UE27 (1,8% vs. 1,5% no triénio 2018-2020), apesar de inferior ao de países como Itália, Espanha e Grécia.
Segundo a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para o ano de 2021 do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada a 13 de Dezembro, o VAB deverá apresentar uma evolução positiva significativa em 2021, quer em termos nominais (+9,0%) quer em termos reais (+11,2%), atingindo os valores máximos das respectivas séries. Estima o INE que o peso relativo do VAB do ramo agrícola no VAB nacional aumente de 1,9% em 2020 para 2,0% em 2021.
De acordo com as estimativa dos técnicos do INE, entre os triénios de 2006-2008 e 2018-2020, o rendimento da actividade agrícola registou um crescimento de 45,3% em Portugal, ligeiramente superior à média da UE27 (+43,3%), sendo o país com o nono crescimento mais elevado.
Rendimento da actividade agrícola cresce 11,1% em 2021
O Instituto Nacional de Estatística prevê que o rendimento da actividade agrícola deverá aumentar 11,1%, em termos reais, por unidade de trabalho ano (UTA), com o Valor Acrescentado Bruto (VAB) a crescer 9% e os subsídios pagos à produção a subirem 9,7%, após uma quase estagnação em 2020 (-0,1%).
Prevê assim o INE um rendimento empresarial líquido na actividade agrícola para o ano de 2021 de de 2.229,58 milhões de euros, contra o valor provisório de 1.944,12 milhões de euros em 2020.
No entanto o INE prevê que o ano de 2021 seja duro para a actividade agrícola em termos de custos de produção. Na sua primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura para o ano de 2021, estima que, em 2021, o consumo intermédio — bens ou serviços utilizados no processo de fabrico e transformados ou destruídos no decurso desse processo — aumente em termos nominais (+12,4%), na sequência de acréscimos em volume (+3,8%) e, sobretudo, em preço (+8,3%).
“Observou-se um aumento nominal de todas as rubricas, com particular destaque para a energia (+15,4%), os adubos e correctivos do solo (+31,0%) e os alimentos para animais (+16,1%)”, referem os técnicos do Instituto Nacional de Estatística.
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